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A proposta da Pastoral da Criança parece simples: combater a mortalidade de crianças entre zero e 6 anos, promover sua saúde e garantir uma gestação tranquila às mães por meio, principalmente, da divulgação de informações básicas. Entre as orientações estão a receita do soro caseiro – solução de açúcar e sal em água – para impedir a desidratação de crianças acometidas por diarreia, a necessidade do aleitamento materno e da vacinação, além de receitas de refeições nutritivas.

Tudo isso seria simples, se não fosse a condição precária em que vive a população atendida pela entidade: famílias em situação de pobreza nas favelas e periferias das cidades e em inóspitas zonas rurais Brasil afora. Pessoas para quem as in­­formações simples são revelações, salienta Vera Lúcia Aloé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança. "São mães que querem fazer o melhor por seus filhos, mas simplesmente não sabem como. Por isso, mu­­danças simples de hábito, como o uso do soro caseiro, têm um grande impacto", observa. Foi o uso do soro caseiro que fez a mortalidade na região da paróquia de Florestópolis cair de 127 para 28 crianças por mil nascidos vivos em um ano. A localidade tinha muitos casos de diarreia, cujo efeito mais devastador – a morte prematura – podia ser evitado com facilidade.

A forma de transformar uma orientação em um hábito é a capacitação de pessoas da co­munidade atendida. Hoje isso parece senso comum, mas não era nos anos 80. Cada líder faz a pesagem das crianças pe­­quenas das 12 famílias sob sua supervisão uma vez por mês, e está sempre a postos para saciar as dúvidas das mães e auxiliar em uma emergência. "Eles são multiplicadores do conhecimento. Seu envolvimento é essencial para que o trabalho seja continuado e dê resultado", explica Vera Lúcia.

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