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 | Rogério Alves/TV Senado/Fotos Públicas
| Foto: Rogério Alves/TV Senado/Fotos Públicas

Quase quatro meses após a tragédia de Mariana, que devastou o Rio Doce até o litoral capixaba e matou 19 pessoas, 43 moradores de uma comunidade da cidade mineira participaram do primeiro exercício de simulação de desastres na tarde desta quinta-feira (3). O objetivo, segundo a Defesa Civil Estadual, é preparar a população para reagir a situações como rompimento de barragens, enchentes ou inundações.

Nas proximidades da estrutura da Samarco que ruiu no dia 5 de novembro - e destruiu a comunidade de Bento Rodrigues -, ainda restam as barragens de Germano e Santarém. Entre os moradores, o clima era de ceticismo.

Para o aposentado João Francisco Martins, 62, a reação da maioria dos habitantes em uma situação real de perigo será diferente da prevista na simulação. “Em casos reais de desastre todos iriam acabar saindo de carro para ir mais rápido”, disse. Para outros, a simulação era desnecessária, enquanto alguns diziam que deveria ter sido realizada anteriormente.

“Se esse treinamento tivesse sido feito antes da tragédia os moradores estariam muito mais preparados para o que aconteceu”, afirmou a faxineira Graziela Aparecida Gomes, 30, uma das moradoras escolhidas pela comunidade para avisar os vizinhos em caso de desastre.

Segundo a Samarco, a simulação estava prevista no TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado com o Ministério Público Estadual dia 6 de fevereiro.

APITO

Durante o exercício, que durou cerca de 20 minutos, os representantes comunitários percorreram as poucas ruas do vilarejo com um apito. A seguir, crianças, adultos e idosos se dirigiram para o ponto de encontro definido previamente, ao lado da igreja do povoado.

Pessoas com dificuldade de locomoção e idosos tiveram de subir os degraus da igreja, enquanto moradores da entrada de Camargos precisaram subir um morro para chegar ao local, no ponto mais elevado do vilarejo.

Após o exercício, bombeiros tocaram uma sirene para que os moradores se familiarizassem com o aviso sonoro que deverá ser disparado em situações de risco.

“Se um dia vocês ouvirem a sirene, não esperem e saiam de casa direto para o ponto de encontro. Em casos de falta de eletricidade, haverá sirenes móveis que serão utilizadas pela Samarco e também os apitos com os representantes comunitários”, afirmou o capitão do Corpo de Bombeiros, Paulo Roberto Rezende.

Nos próximos dias, serão realizados simulados em Ponte do Gama, Paracatu de Baixo e Gesteira, entre outros vilarejos de Mariana e Barra Longa.

Depois, uma comissão formada por diversos órgãos de proteção civil e a Samarco avaliará os resultados.

Mais cedo, a Samarco realizou um simulado interno na área das barragens de Mariana, restrito a funcionários e terceirizados da empresa.

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