Ailton Clemente, 38 anos, trabalhava como segurança em 1997. Naquele ano, dirigindo numa noite pela Rua Guararapes, no bairro Vila Izabel, em Curitiba, dormiu ao volante e acabou batendo o carro. Um amigo que estava no banco do carona morreu. Ailton perdeu os movimentos das pernas.
Hoje, aposentado devido às seqüelas do acidente, Ailton anda em uma cadeira de rodas. Mesmo assim, em 2000, resolveu que deveria voltar a dirigir e iniciou as aulas numa alto-escola. Na garagem da sua casa, no bairro Uberaba, está estacionado um Opala adaptado para ser controlado com as mãos.
Ailton conta que sofreu no começo para saber lidar com freio, acelerador e direção todos comandados pelas mãos. "Tive que me adaptar. É como aprender a dirigir de novo", lembra. Foi pensando em diminuir as dificuldades enfrentadas pelos deficientes físicos como Ailton na hora de tirar a Carteira Nacional de Habilitação, que os Detrans de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba implantaram Centros de Mobilidades, que auxiliam na avaliação da capacidade psicomotora do condutor.
Os testes feitos no Centro de Mobilidade, por meio de simuladores, analisam as habilidades dos deficientes físicos e permitem adaptações apropriadas para cada tipo de necessidade. "A intenção é dar ou recuperar a habilidade do portador de deficiência", explica a coordenadora de habilitação do Detran de Curitiba, Maria Aparecida Farias.
O simulador pode medir a força residual da pessoa nos membros, aferir a capacidade de reação física e mental aos estímulos visuais e sonoros. A máquina avalia com precisão o uso do volante e a força empregada no acelerador e freio dispensada pelo condutor. "O tempo de reação, a visibilidade e a coordenação motora também são avaliados", diz Maria Aparecida.
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Serviço
Informações sobre agendamento de testes no Detran podem ser adquiridas pelo telefone 3361-1212.
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