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Paralisação deixou milhares de usuários do metrô paulista sem saber o que fazer | Filipe Araújo/AE
Paralisação deixou milhares de usuários do metrô paulista sem saber o que fazer| Foto: Filipe Araújo/AE

Efeito cascata

Entenda o que aconteceu na Linha 3 do Metrô de São Paulo ontem, segundo o diretor de operações do sistema Conrado Grava de Souza:

1 Por volta das 7h50, um trem da Linha 3 (Vermelha) que se aproximava da estação Sé foi freado automaticamente quando o sistema detectou uma blusa presa à porta do último vagão. Enquanto um funcionário do Metrô foi deslocado para retirar a blusa, vários usuários acionaram um dispositivo chamado "botão soco’’, que abre as portas do trem.

2 Os usuários saíram para os trilhos e a passagem de emergência (na lateral dos trilhos), o que levou o Centro de Controle Operacional (CCO) a desenergizar o trecho. Nas linhas do metrô, a energia vem do chamado terceiro trilho, paralelo aos trilhos, por onde trafegam os trens.

3 Outros trens foram parando por causa do problema. Usuários desses trens também acionaram o "botão soco’’ e foram para os trilhos, o que levou a CCO a desenergizar vários outros trechos da Linha 3. O problema foi solucionado por volta das 10h30.

Uma sindicância foi instaurada pelo governo de São Paulo para investigar se a paralisação da Linha 3 (vermelha) do metrô, na manhã de ontem, foi acidental ou induzida por alguém. A medida foi determinada pelo governador Alberto Goldman, depois que os trens da linha ficaram parados por mais de duas horas. "Nós vamos fazer uma sindicância para saber o que aconteceu, para saber a motivação. Se foi um ato acidental, se foi um ato sem acidente, um ato motivado", disse Goldman.De acordo com o governador, o Metrô fará um estudo técnico urgente a respeito do incidente. "Nós vamos também chamar a polícia de São Paulo para uma investigação, para saber se houve alguma coisa além de um simples acidente." Goldman lembrou que outros problemas aconteceram com o sistema metroviário de São Paulo nos últimos dois meses. "Alguns acontecimentos que nos preocupam. E nós queremos saber as razões disso."

O diretor de operações do Metrô, Conrado Grava de Souza, informou que 17 trens registraram problemas, sendo que a maioria teve os vidros depredados. A estimativa do governo estadual é de que 150 mil usuários foram afetados por esse incidente, que teve início às 7h50. Segundo Souza, uma blusa impediu o fechamento de uma das portas do trem, dando origem ao problema.

Com os trens parados, passageiros relataram que algumas pessoas começaram a passar mal, obrigando os outros a quebrarem vidros para que pudessem desembarcar. De acordo com Souza, às 10h30 várias estações da linha já operavam normalmente. Ele diz que pode ter havido problema em alguns alto-falantes, o que teria feito com que usuários do metrô ficassem sem saber o que estava acontecendo.

"Não sabemos a motivação pela qual você encontra uma porta que não foi fechada pela ação de alguém. Se foi casual ou motivado, se foi um acidente ou foi proposital, nós queremos saber", cobrou o governador. O incidente de ontem prejudicou o funcionamento das 18 estações da Linha 3, que liga o trecho entre as estações Palmeiras/Barra Funda, na zona oeste, até Corinthians/Itaquera, na zona leste. Souza não soube estimar o prejuízo do incidente. Durante a paralisação na Linha 3, pontos de ônibus ficaram lotados e o trânsito ficou complicado em vias da zona leste da cidade.

As declarações do governador e do diretor de operações do Metrô foram dadas ontem durante a inauguração de uma nova estação do sistema metroviário de São Paulo: a Tamanduateí, que faz parte da Linha 2 (Verde). "Poderia acon­­tecer em qualquer lugar. Para­lisa­mos a linha para não matar ninguém", afirmou Goldman.

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