Motoristas e cobradores do transporte público em Cascavel prometem cruzar os braços e iniciar uma greve da categoria a partir da madrugada desta sexta-feira (20). Segundo o Sintracovel (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Cascavel), 70% dos ônibus deixarão de circular por tempo indeterminado.
Há mais de duas semanas a categoria iniciou as negociações com as duas empresas que exploram o serviço em Cascavel, mas não houve avanço.
Inicialmente, os trabalhadores exigiam 17% de reposição salarial, mas baixaram o percentual para 10%. As empresas, por sua vez, ofereceram 7%. O Sintracovel não abre mão da correção mínima de 10%. Os trabalhadores também cobram aumento da cesta básica de R$ 100 para R$ 200, mas a empresa ofereceu R$ 120. O Sintracovel exige ainda a readmissão de dois trabalhadores demitidos após uma paralisação relâmpago de duas horas na semana passada.
Na tarde desta quinta-feira (19), sindicalistas percorreram os três terminais de transbordo para conversar com os trabalhadores sobre os detalhes da paralisação. A ideia era parar logo após as 72 horas de prazo estipuladas no indicativo de greve. O prazo venceu às 15 horas desta quinta-feira, mas o sindicato optou em iniciar a greve a partir da meia noite de sexta.
Segundo Nelson Mendes de Borba, presidente do Sintracovel, a paralisação no meio da tarde prejudicaria o retorno dos usuários que deixaram suas casas para trabalharem. "Entendemos o lado da população", afirma. Empresas
Nesta quinta-feira (19), as empresas Pioneira e Viação Capital repetiram a divulgação de uma nota em conjunto que já havia sido distribuída na terça-feira (17). Elas acusam o sindicato de ter insuflado dirigentes sindicais oriundos de outras cidades para "endurecer as negociações através de um pedido de aumento salarial fora da realidade, como estratégia para forçar uma greve e, com ela, firmar a liderança da entidade".
Segundo as empresas, o sindicato tem demonstrado radicalismo e intolerância e já paralisaram os serviços por duas horas um dia antes do início oficial das negociações do acordo coletivo. As empresas afirma ainda que as negociações foram marcadas pela intransigência do sindicato dos trabalhadores.
"Diante de todos esses fatos e do indicativo de greve anunciado pelo sindicato, as empresas voltam a conclamar os trabalhadores para que retomem a negociação salarial de forma sensata e responsável e não promovam uma paralisação inconsequente em plena época das festividades natalinas, comprometendo a locomoção das famílias e trazendo incomensuráveis prejuízos às empresas e aos trabalhadores do comércio", destacam as empresas.