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Sindicato diz que paralisação da Polícia Civil restringe atendimento no interior; estado nega

 | Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo
(Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo/Arquivo)

Policiais civis do Paraná e de pelo menos outros 20 estados fazem paralisação nesta quarta-feira (21). O protesto, que tem como previsão durar 24 horas, teve maior adesão no interior do Paraná. De acordo com o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), um dos organizadores da iniciativa, cerca de 70% das subdivisões policiais e delegacias subordinadas tiveram os serviços afetados fora da capital e Região Metropolitana. Entre as cidades afetadas estão Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Pato Branco, Foz do Iguaçu, Jacarezinho e Francisco Beltrão, segundo informações da entidade sindical.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou, no entanto, que não foram constatadas paralisações e que todos os serviços, inclusive os de escritório, estão sendo oferecidos normalmente para a população nesta quarta.

O presidente do Sinclapol, André Luiz Gutierrez, afirmou que só estão sendo realizados nesta quarta-feira prisões em flagrante e atendimentos emergenciais. “É o caso de um crime contra a vida, por exemplo, ou de uma situação que estava em andamento e não podemos deixá-la. Não podemos penalizar o cidadão paranaense”, diz.

Situações que se enquadram fora disso, como serviços administrativos e o registro de boletins de ocorrências para casos em que não houve flagrante, serão retomadas apenas nesta quinta-feira (22). Também há a orientação para que a comunidade procure resolver algumas questões, como boletim de ocorrência por perda ou extravio, através da Delegacia Eletrônica.

A paralisação é motivada por reclamações da corporação sobre a tramitação de dois projetos em âmbito federal que, segundo as entidades representativas da categoria, visam a retirada ou obstrução das conquistas dos policiais.

Além do Sinclapol, estão envolvidos na organização o Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) a Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sul (Feipol-Sul) e União da Polícia Civil do Paraná.

As manifestações vão contra principalmente a PEC 241, que estabelece medidas para o corte dos gastos públicos pelos próximos vinte anos, como a restrição a investimentos em educação, saúde e segurança pública à variação da inflação do ano anterior. E também contra o Projeto de Lei defendido pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB), em tramitação no Congresso, que estabelece controle de gastos aos governadores dos estados em troca da renegociação das dívidas das partes com a União.

De acordo com o sindicato, a Polícia Civil também trabalha com defasagem de pessoal. São sete mil policiais efetivos - mil a menos do que o número ideal.

O governo do Paraná diz que, desde 2011, 1.780 policiais civis foram contratados, o que hoje representaria 40% do efetivo total. O Sinclapol afirma que esse número não levam em conta os desligamentos da corporação e que, de 2011 a 2016, 1.219 baixas já aconteceram na Polícia Civil.

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