Com o fim da greve dos professores, o sindicato que representa a categoria vai organizar uma espécie de diagnóstico das escolas. Entre hoje e amanhã, a ideia é que os professores façam atas informando desde o número de funcionários a problemas estruturais. “Tem escola que não tem corrimão nas escadas, que está com fiação aberta. Se houvesse uma vistoria do Corpo de Bombeiros, que é o procedimento correto, não sobrava escola nenhuma”, aponta Mário Sérgio Ferreira de Souza, secretário de Assuntos Jurídicos da APP-Sindicato.
Além de fazer o registro da situação, educadores vão se concentrar na organização para o retorno às aulas, previsto para quinta-feira (12). Nesta segunda à tarde, horas depois da assembleia que suspendeu a greve, uma equipe de pedagogos fazia um mutirão na Escola Pedro Macedo, no bairro Portão, em Curitiba, para organizar as turmas. “No painel que montamos tem um ou outro buraco, mas acreditamos que, até quinta-feira, vão ter professores para todas as turmas”, explica a diretora da escola, Deuzita Cardoso. Por lá, vão circular quase 3,8 mil alunos.
A escola, cuja estrutura física é considerada boa na comparação com os outros espaços da rede estadual, também já estava limpa para o retorno dos alunos.
Em outra escola, no bairro Hauer, os alunos encontrarão velhos problemas na quinta-feira. Lizonei Fontoura de Freitas, diretor da Escola Segismundo Falarz, não sabe informar porque o telhado ainda não foi consertado. “No começo do ano passado foi aberta a licitação para a reforma. Custaria R$ 150 mil. Mas até agora nada”, conta ele. Quando chove, algumas salas de aulas têm de ser fechadas. “Chove dentro da sala. Os alunos são transferidos para o salão”.
Há outros problemas no local, que atende cerca de 650 alunos, como excesso de pombos que se abrigam em outro ponto do telhado e laboratórios de informática em condições precárias.
Reposição
A compensação dos 16 dias letivos perdidos durante a greve de praticamente um mês ainda será organizada. Souza, da APP-Sindicato, defende que cada escola tenha liberdade para adotar um sistema de compensação. “Cada escola tem uma realidade. O fundamental é o conteúdo. Dá para aumentar as horas de aulas em dias da semana ou dá para ter aulas nos sábados, o que é complicado para escolas que dependem de transporte escolar feito pelo município. Combustível não é barato”, afirma.
“A gente aguarda uma regra geral. Para os pais que têm filhos em escolas diferentes, é melhor que a reposição seja feita nos mesmos horários”, opina a diretora Deuzita Cardoso.
Procurada, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) ainda não tem a questão definida.