Dez meses depois da polêmica sobre a abertura da pracinha do Batel, uma nova intervenção viária da prefeitura de Curitiba promete acirrar os ânimos dos moradores na região. Um grupo de 45 síndicos, liderados pela Associação dos Moradores e Comerciantes do Bigorrilho e Campina do Siqueira (Abicam), formou uma frente de resistência contra a implantação de um binário nas ruas Euclides da Cunha e General Aristides Athayde Júnior. A obra integra o projeto da chamada Ligação Água VerdeBigorrilho, sobre a qual os engenheiros do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) estão debruçados desde o início do ano passado.
Segundo o presidente da Abicam, Paulo Bueno Netto, a comunidade teme o aumento do fluxo e da velocidade dos carros, já que a principal função de um sistema com duas ruas paralelas que correm em mão única, mas em sentidos opostos, é agilizar o escoamento do tráfego. Desde a semana passada ,os síndicos estão coletando assinaturas para um abaixo-assinado. O documento será entregue à prefeitura até a próxima segunda-feira.
De acordo com o engenheiro José Álvaro Twardowski, coordenador do Programa Circulação do Ippuc, o projeto do binário está em desenvolvimento e não há prazo para sua implantação, embora existam recursos previstos no orçamento deste ano.
Quem circula pelo local, porém, acredita que a obra não deve demorar a acontecer. O principal sinal é a abertura de uma via no terreno que abrigava a antiga sede do Clube Juventus, na Rua Carlos de Carvalho, e que liga as ruas Desembargador Costa Carvalho e Aristides Athayde. Essa ligação formará umas das vias do binário, que funcionará no sentido Batel-Bigorrilho até a Rua Martim Afonso, apenas uma quadra antes das canaletas de ônibus da Rua Padre Anchieta. Já a Euclides da Cunha fará o sentido inverso até a Rua Olavo Bilac (veja quadro nesta página).