O sindicato que representa motoristas e cobradores da Região Metropolitana de Curitiba (Sindimoc) acusa duas empresas de desviarem pelo menos R$ 239 mil do pagamento dos funcionários. O montante é relativo ao descontos em folha que não foram repassados à fonte de destino.
São dois descontos. Um deles, o da contribuição associativa, paga mensalmente pelos filiados ao sindicato. O outro é relativo à assistência médica ambulatorial, disponibilizada na sede do Sindimoc, no Centro de Curitiba.
As duas empresas atuam em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Uma estaria com R$ 137 mil e outra, com R$ 102 mil em atraso, referente aos descontos dos 360 motoristas e cobradores, que estariam em atraso desde maio deste ano, segundo o sindicato.
O Sindimoc pediu a prisão dos responsáveis pelas empresas sob acusação de “apropriação indébita” em uma notícia-crime apresentada na delegacia de Fazenda Rio Grande, na RMC, na tarde desta quarta-feira. Na terça-feira (17), os representantes já haviam ajuizado duas ações de cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, na vara da Justiça do Trabalho de São José dos Pinhais.
Em nota, o grupo que representa as duas empresas não explicou o porquê dos atrasos, mas garantiu que pagou integralmente o valor referente à contribuição associativa nesta quarta-feira (18). “Não havendo, portanto, mais débitos”.
Quanto ao dinheiro do Fundo Assistencial e da Assistência Médica, o grupo informa ter quitado integralmente as parcelar referentes ao período entre maio e julho. O restante do pagamento será realizado “com prioridade nas próximas semanas”.
Até as 16h desta quarta-feira não havia sinal do pagamento na conta dos trabalhadores, segundo informações do Sindimoc.
A nota do grupo ainda negou outra acusação do Sindimoc, de que desde abril os salários e vales são pagos com atrasos. Esta não é a primeira vez que o sindicato dos trabalhadores diz ter problemas com atraso no pagamento dos salários.
Consignado
Além do atraso no repasse da contribuição associativa e médica, o Sindimoc acusa as duas empresas de Fazenda Rio Grande de descontarem em folha valores referentes a empréstimos consignados tomados pelos trabalhadores. Os mesmos não teriam sido repassados às instituições financeiras. Inadimplentes, os funcionários teriam ficado com nome “sujo na praça”, com o cadastro de seus CPFs em serviços de proteção ao crédito, como o Serasa.
De acordo com o sindicato patronal (Setransp), as empresas reconhecem que houve atraso no repasse dos valores de empréstimos consignados ao longo do ano. Atualmente, no entanto, este pagamento está em dia.
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