Uma portaria do delegado-geral-adjunto da Polícia Civil do Paraná, Francisco José Batista Costa, gerou descontentamento do Sinclapol, o Sindicato das Classes Policiais Civis. Assinada há dez dias, a portaria determinava que todas as viaturas do estado saíssem ontem às ruas com giroflex e sirenes ligados durante 15 minutos. A intenção do "sirenaço" era passar à população uma sensação de segurança.
A medida virou motivo de piada entre policiais de Curitiba, mas foi cumprida à risca em algumas cidades do interior, a exemplo de Foz do Iguaçu onde dez viaturas da Polícia Civil saíram às ruas por volta das 13 horas com giroflex e sirenes ligados.
A ordem contraria o Código de Trânsito Brasileiro, que no artigo 29 regula o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só quando a viatura estiver prestando serviço de urgência. "A Polícia Civil tem suas atribuições constitucionais e é preciso exercê-la de forma legal e não apenas ilusória", disse o presidente do Sinclapol, Paulo Martins. "De forma alguma devemos passar à população ilusões de sensação de segurança, pois devemos combater o crime de forma concreta e real", completa.
À tarde, durante balanço do Paraná na operação nacional das Polícias Civis, o delegado-geral da Polícia Civil, Jorge Azôr Pinto, lamentou a má interpretação da portaria. "Vamos dizer que as palavras não tenham sido empregadas corretamente", disse. Azôr explicou que se tratava de um ato simbólico para mostrar que todas as Polícias Civis do país estão em sintonia. O "sirenaço" estaria programado para todos os estados por ocasião da operação nacional. Segundo Azôr, foram registradas as mesmas reações contrárias na Bahia e no Rio Grande do Sul.