Quando acaba a energia elétrica, o trânsito se torna caótico: os semáforos param de funcionar e os motoristas ficam sem saber o que fazer. O resultado vem em forma de congestionamento e, eventualmente, até acidentes. Para tentar diminuir esses problemas, aparelhos que reservam energia devem ser instalados nas principais vias da capital.
A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) chegou a procurar tecnologia em feiras no exterior, mas acabou encontrando em Curitiba uma empresa que já estava testando modelos. Conhecido nos meios tecnológicos como no break, o sistema acumula energia e supre os aparelhos eletroeletrônicos quando há sobrecarga ou apagão. A secretária Luiza Simonelli lembra que toda a vez que acontece problemas na rede elétrica é preciso remanejar agentes de trânsito que estão em outras atividades para tentar colocar ordem nos cruzamentos.
Os acumuladores de energia foram instalados, ainda em fase de teste, em dois pontos da cidade: na Rua Mariano Torres e na Avenida Affonso Camargo. Mês passado, a energia caiu em uma das esquinas e os motoristas nem notaram, uma vez que a reserva foi acionada imediatamente. Depois de realizados testes, técnicos da Setran vão fazer laudos sobre o funcionamento do sistema.
No temporal do dia 3 de outubro do ano passado, quando 19 bairros da capital ficaram sem energia elétrica, aproximadamente 200 cruzamentos tiveram os semáforos desligados. A prefeitura não tem levantamento de quantas quedas de energia geram problemas no trânsito ou quantos acidentes estão relacionados a esse tipo de falta de sinalização.
Também foi desenvolvido um sistema móvel para chegar até os cruzamentos que não terão o sistema fixo. O no break com rodinhas deve ser acionado principalmente em caso de desligamento programado pela Copel.
Curitiba tem 1.140 pontos semaforizados (cruzamentos com um ou mais sinaleiros) e cerca de 30% devem receber os aparelhos para reserva de energia. Dependendo da quantidade de lâmpadas e da capacidade do acumulador de energia, o sistema é capaz de suprir a energia por seis horas, em média. Depois, o semáforo entra em alerta. Em valores unitários, o conjunto necessário para cada cruzamento custa de R$ 3 mil a R$ 5 mil. A estimativa é de fazer a licitação para a aquisição dos aparelhos até o início do ano que vem.
Assim como o sistema de radar por velocidade média, as inovações tecnológicas que estão sendo testadas no trânsito de Curitiba, que incluem também o semáforo para idosos e o pagamento de estacionamento via celular, fazem parte de um projeto que abriu a possibilidade de empresas apresentarem protótipos e sugestões à prefeitura.