Guarda Municipal ainda pondera sobre liberação de câmeras
O coordenador da Guarda Municipal de Curitiba, Frederico de Carvalho, confirma a intenção de integrar as câmeras públicas ao site Smaps, mas, segundo ele, isso vai depender da segurança da informação e seria feita a disponibilização das imagens sem liberar também o acesso aos IPs (protocolos de internet) dos computadores da prefeitura.
"Estamos avaliando sob o ponto de vista da população e da prefeitura. As câmeras privadas são uma coisa, mas as públicas são diferentes. O próprio criminoso pode acabar usando a câmera para verificar onde está desprotegido para agir", pondera o inspetor. Apesar da ressalva, Frederico avaliou o site como uma ferramenta muito útil para a população. "Ele serve para que as autoridades fiquem de olho nos crimes não noticiados".
Curitiba pode ser a primeira capital do país a integrar o sistema de câmeras de monitoramento ao site colaborativo Smaps: Segurança Colaborativa Mundial (www.smaps.com.br), que mapeia crimes com a ajuda da população em vários lugares do mundo. Os dados da Guarda Municipal da capital paranaense também devem ser fornecidos ao Smaps. As negociações estão em fase final (leia mais nesta página). A ideia é que, pela página, a população possa saber onde ocorre cada tipo de crime, mesmo aquele que é geralmente subnotificado nas estatísticas oficiais.
O criador do site, Douglas Roque, 43 anos, negocia uma colaboração da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Ele pretende ampliar a parceria com governos municipais e estaduais de todo o Brasil para alimentar o site, da mesma forma que ocorre em outros país. O Reino Unido, por exemplo, colocará suas estatísticas de criminalidade à disposição da página, em breve.
Atualmente, o site integra algumas câmeras particulares da cidade e é possível verificar ao vivo os acontecimentos em várias ruas.
Roque, conta que decidiu fazer o site há dois anos. A ideia era mapear os crimes subnotificados e ajudar os gestores públicos a trabalhar com os dados. "Não queremos concorrer com as polícias. Pelo contrário, queremos ajudar. É uma ferramenta de utilidade pública", diz.
Ele explica que o Smaps também é uma forma de colaborar com o turismo no país. "Se alguém vai viajar para uma cidade onde não conhece ninguém, pode olhar no Smaps os locais que deve evitar", comenta.
Registros
Segundo ele, é preciso incentivar a população a cada vez mais registrar os crimes oficialmente, mas o site pode também auxiliar a baixar índices de subnotificações. Roque explica que muitas pessoas costumam fazer boletim de ocorrência, principalmente quando são vítimas de pequenos crimes como furto. "Então, pode ser feito no Smaps", sugere.
Como funciona
O site possui um tutorial em vídeo que explica como o usuário pode se cadastrar. Não é preciso o registro para usar as informações. Para registrar o crime, no entanto, é fundamental o cadastro para que o banco de dados seja alimentado com credibilidade. "Quando alguém quer passar um trote é para levar alguma vantagem ou desviar o foco da polícia.
No caso do Smaps, não acontece nem uma coisa nem outra", explica."Mas o nome de quem registra não é divulgado", esclarece Roque. Até hoje, o Smaps cadastrou mais de três mil ocorrências, assegura.
O site também tem versões para os celulares, em modelos para Android e IOS. Pelo celular, há ainda um sistema chamado "avisa-me", que alerta o usuário se houve um próximo de sua localização.
O página não é interligada ao sistema 190 da Polícia Militar. Alguns Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg), por outro lado, trabalham com o Smaps país afora. Em Curitiba, o Conseg Água Verde faz esse trabalho.
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