Brasília Para escapar da legislação eleitoral, candidatos estão levando para o site de vídeos www.youtube.com gravações proibidas pelas cortes eleitorais que constrangem ou atacam seus oponentes. Está na página do site de vídeos uma gravação que constrange o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, muito explorada durante a campanha pela prefeitura de São Paulo, em 2000. Na fita, Lula ajeita a gravata de Fernando Marroni, então candidato a prefeito de Pelotas (RS), enquanto faz um comentário preconceituoso: "Pelotas é uma cidade-pólo, exportadora de veados", diz Lula. Há várias amostras desse filme. Juntas, já foram vistas por mais de 20 mil pessoas, de acordo com o marcador de visitas da página.
José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, também apanha bastante nos vídeos do youtube. Há várias gravações de um debate comandado na TV Record pelo jornalista Boris Casoy, em 2002, na qual Serra é posto em situação difícil. O apresentador pergunta se o candidato, uma vez eleito, vai ficar no mandato até o fim. E se, no caso de renunciar para concorrer a outro mandato, Serra aconselha o eleitor a não votar mais nele. "Se o senhor renunciar, vai aconselhar os que votaram no senhor a não mais o fazerem?" Serra responde: "Assumo o compromisso." O tucano, como se sabe, renunciou e é o favorito ao governo paulista.
A mesma página da internet mostra uma reunião da qual participam o senador Aloízio Mercadante, candidato do PT ao governo de São Paulo, e o senador Eduardo Suplicy (PT), candidato à reeleição. Suplicy mete-se numa situação difícil, que provoca risos. No momento em que discursa, aparece ao lado de sua ex-mulher Marta Suplicy. Anuncia para os presentes que está com um problema na testa e conta que Mercadante conversou antes com ele. "Mercadante me disse: você tem um problema aí na testa que eu já tive." O público dá uma gargalha. Constrangida, Marta vira-se para Mercadante e faz um comentário.