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Empreendedorismo

Sites viabilizam verba para micronegócios

Com um crédito de R$ 700, a artesã Lucinéa Cordeiro investiu na fabricação de velas artesanais. Hoje ela atende a pedidos de grandes hotéis de Curitiba | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Com um crédito de R$ 700, a artesã Lucinéa Cordeiro investiu na fabricação de velas artesanais. Hoje ela atende a pedidos de grandes hotéis de Curitiba (Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo)

Há uma década a internet vem ajudando a aproximar investidores sociais e microempreendedores que não teriam acesso a crédito no mercado financeiro co­­mum. Organizações não governamentais criaram sites para ar­­recadar recursos de pessoas físicas e repassar para cidadãos pobres sem condições de fazer empréstimos. O modelo é semelhante em todas as iniciativas. O internauta escolhe um projeto que deseja ajudar e investe um determinado valor. O recurso pode ou não ser devolvido e, em alguns casos, há até juros sobre o microempréstimo.

O primeiro site criado neste modelo se chama Global Giving que, desde 2002, já captou US$ 52 milhões em doações. Outra iniciativa conhecida é o Kiva, que emprestou US$ 253 milhões desde 2005. A diferença entre ambos é que no Global Giving o internauta faz uma doação e no Kiva um empréstimo, ou seja, o usuário pode receber o dinheiro investido de volta.

No Paraná, a ONG Aliança Empreendedora criou em novembro do ano passado o site Impulso. O objetivo era fazer com que os internautas brasileiros pudessem conceder empréstimos, mas a legislação no país proíbe que instituições do terceiro setor captem investimentos de pessoas físicas. Por isso, a solução encontrada foi trabalhar com as doações. Mesmo assim, o internauta recebe o valor doado em forma de crédito para poder reinvestir em outros projetos do site.

O diferencial da iniciativa paranaense é que todos os microempreendedores recebem acompanhamento e passam por um curso de empreendedorismo. A média dos recursos emprestados é R$ 1,9 mil. "Como os empreendimentos são pequenos, um investimento de R$ 1 mil faz grande diferença", diz a diretora de acesso a crédito da Aliança Empreendedora, Lina Useche.

A taxa de inadimplência fica abaixo de 2% e as parcelas e juros são programados para não afetar o devedor. O objetivo da ONG é que o capital seja usado para garantir mais produtividade e não seja somente uma dívida.

Expansão

A artesã Lucinéa Cordeiro passou de desempregada a microempreendedora graças ao site Impulso e a um crédito de R$ 700. Há cinco anos ela começou a participar de um programa da Aliança Em­pre­­endedora que trabalha artesanato com um grupo de mulheres. Nos cursos de que participou Lucinéa aprendeu que precisava ter foco e decidiu investir na fabricação de apenas um produto, as velas artesanais. Com o crédito ela comprou formas para a fabricação das velas e hoje já tem até pedidos de grandes hotéis da capital.

Neuzi Safanele Fontana recebeu empréstimos duas vezes por meio do Impulso. As duas parcelas de R$ 1,2 mil ajudaram a comprar mais mercadorias para serem revendidas na pequena loja de presentes. A microempresária conheceu a Aliança Em­­preendedora através de agentes do Sebrae e no final de dezembro terminará de pagar a última parcela do empréstimo. "Nunca atrasei o pagamento, porque sei que sempre que precisar posso contar com eles", diz. Com o auxílio da Aliança, Neuzi passou a ter controle do caixa e separar as despesas pessoais da empresa.

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