Três dos integrantes do grupo de skinheads de orientação neonazista acusado de ter perseguido e matado o jovem Lucas Carvalho, de 18 anos, próximo a um shopping no Centro Cívico, em Curitiba, foram indiciados por latrocínio (roubo seguido de morte). Após a agressão, os rapazes teriam roubado a carteira da vítima. O inquérito policial foi concluído nesta quarta-feira (10) pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e enviado ao Ministério Público.
Segundo o delegado Vinícius Martins, foram feitas duas acareações adicionais solicitadas pelo MP. Além de indiciar o grupo, a polícia pediu a prisão preventiva dos acusados Gabriel Cata Preta, de 18 anos, e Fernando Santana, de 28 anos, que já estão presos temporariamente. "Se a prisão preventiva for concedida pela Justiça, eles permanecerão detidos até o julgamento", disse o delegado.
O outro acusado, Jean Michael Zampiva Mattos, vai responder pelo crime em liberdade. Segundo Martins, a prisão de Mattos não foi solicitada porque ele contribuiu com as investigações e não oferece riscos aos trabalhos.
Quatro adolescentes entre eles, um de 13 anos de idade também são acusados de participação no crime. A DFR conseguiu uma série de fotos que mostram os jovens em saudações nazistas.
O envolvimento dos menores no latrocínio é investigado pela Delegacia do Adolescente (DA). Nesta quarta, a Gazeta do Povo não foi atendida pela delegada da DA responsável pelo caso, que se encontrava em oitivas ao longo de toda a tarde. Anteriormente, no entanto, a DFR havia apurado que os quatro menores participaram diretamente da morte de Carvalho.
O crime
Carvalho foi assassinado por volta das 19h15 do dia 5 de setembro, depois de ter saído de um shopping, acompanhado de um grupo de amigos. Eles foram perseguidos por sete skinheads e, na fuga, se separaram. Lucas Carvalho e um amigo foram alcançados próximo ao Cemitério Municipal.
De acordo com a polícia, Cata Preta e Mattos seguraram Carvalho pelo braço e os outros integrantes do grupo começaram a agredi-lo. A vítima foi atingida com vários golpes de faca e morreu a caminho do hospital.
As investigações apontam que Carvalho foi perseguido e assassinado porque foi confundido com um punk que teria participado de um atentado contra Santana. Após ter matado o jovem, seis dos rapazes foram a um apartamento nas proximidades do local onde o crime ocorreu e lavaram as facas usadas.
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