Quatro meses depois da rebelião que atingiu 12 das 13 alas da Penitenciária Central do Estado (PCE) e deixou um saldo de sete detentos mortos, a segurança é frágil na unidade. Até o último sábado, a Polícia Militar mantinha um efetivo de 105 policiais no presídio. Agora, de acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), apenas 12 PMs 4 em cada turno se revezam na segurança. Na semana passada, matéria da Gazeta do Povo mostrou que havia a intenção do comando da Polícia Militar de reduzir o efeito de PMs na penitenciária.
A situação permanece precária na maior parte das alas da PCE, como constatou a comissão de representantes do Ministério Público do Paraná que esteve na unidade ontem à tarde. Algumas galerias tiveram portas e janelas destruídas, deixando os presos expostos ao frio. Banheiros foram depredados e o mau cheiro persiste. A unidade passa por reformas com previsão de entrega no fim do mês, segundo o coordenador do Departamento Penitenciário do Paraná, Cezinando Paredes.
Paralelamente, está em construção uma nova unidade, ao lado da atual, que deverá ficar pronta em dezembro. O objetivo é transferir os detentos para o novo prédio. O atual terá de ser desativado e provavelmente será implodido. "O prédio da PCE não oferece nenhuma segurança: tem mais de 50 anos e suas paredes parecem de isopor", critica o vice-presidente do Sindarspen, Anthony Johnson. Algumas grades enferrujadas podem até ser usadas como arma pelos detentos.
Ontem, a principal queixa dos presos foi em relação às visitas, interrompidas desde a rebelião, no dia 14 de janeiro. A promotora de Justiça Maria Espéria Costa Moura, da Corregedoria dos Presídios, pediu paciência aos presidiários. "Com a conclusão das reformas, as visitas serão normalizadas", disse ela. Por enquanto, o único contato dos detentos com a família é pelo parlatório.
Vistorias
Os representantes do MP percorrerão as 24 unidades prisionais do estado e também as delegacias que têm carceragens. Além de avaliar as condições das prisões, o MP quer ouvir os presos para desenvolver o projeto Construindo a Esperança, que pretende implantar canteiros de trabalho e cursos de capacitação nas unidades. "Se eles forem produtivos, terão menor risco de reincidência", afirmou a promotora Maria Espéria Moura.
Depois da PCE, o MP vistoriou a Penitenciária Feminina, também em Piraquara. A promotora ressaltou os aspectos positivos da unidade: os canteiros de trabalho, mantidos em parceria com o Provopar Ação Social, e a creche, onde as detentas podem cuidar de seus filhos sem que eles tenham de ficar na cela.
O Paraná tem hoje cerca de 28 mil presos. São 13.783 no sistema penitenciário e outros 14.515 nas delegacias e centros de triagem, entre eles 4.540 condenados. Ao lado do Poder Judiciário, o MP participa do mutirão carcerário promovido pelo Conselho Nacional de Justiça, que analisa a situação processual dos presos.
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