Ramilândia sai da lanterna no ranking
O município de Ramilândia, no Oeste do Paraná, não leva mais o título de pior classificado na educação básica brasileira. O ranking nacional do Ideb, divulgado pelo Ministério da Educação em abril, dava nota 0,3 para a cidade, que com isso ficava em último lugar na tabela do país. A prefeitura da cidade avisou ao MEC que havia um erro de informação.
O total de reprovações na cidade era de 6,8% e o ministério calculou a nota contando que 93,2% dos alunos fossem reprovados. Quando a correção foi feita, a nota de Ramilândia saltou de 0,3 para 3,5 bem próximo da média nacional de 3,8.
Somente 15 das 3.751 escolas públicas do Paraná conseguiram atingir o parâmetro mínimo de qualidade no ensino de 1.ª a 4.ª séries do ensino fundamental. No ensino de 5.ª a 8.ª, nenhum colégio paranaense atingiu a nota mínima. Os resultados atingidos por cada escola no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que é medido pelo Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foram divulgados, ontem, pelo Ministério da Educação (MEC).
A meta colocada pelo governo federal para as escolas públicas brasileiras no índice é 6,0. As instituições tem um prazo de 14 anos para chegar a esse nível. O índice mostra que a maior parte das escolas vem melhorando seu desempenho e, portanto, o governo ainda acredita que boa parte vai atingir a meta em 2021, quando termina o prazo previsto. Apesar disso, a média nacional do Ideb continua em 3,8.
No Paraná, a meta foi atingida quase que exclusivamente por escolas de grandes cidades. Das 15 que conseguiram atingir nota 6,0 ou superior, sete são de Londrina, três de Curitiba, uma é de Ponta Grossa, uma é de Guarapuava e as outras ficam em Dois Vizinhos, Rolândia e Telêmaco Borba. O primeiro lugar geral ficou com o Colégio Estadual Evaristo da Veiga, de Londrina, que obteve nota 6,7. O primeiro lugar de 5.ª a 8.ª também foi de Londrina: o Colégio Estadual Newton Guimarães conseguiu nota 5,7.
Simplicidade
"Acho que ainda temos que melhorar", afirma Sueli Lopes Braga, diretora-assistente do Newton Guimarães. "Mas do meu ponto de vista as políticas públicas estão dando conta do que é necessário e as tecnologias estão chegando às escolas. Precisamos ainda investir é no processo de ensino, no arroz com feijão da sala de aula", diz ela. Sueli, que já foi aluna do colégio, diz que uma das dificuldades para melhorar ainda mais a escola é que muitos professores ainda chegam mal preparados para dar aulas. "Tem gente que sai da faculdade e nós temos praticamente que ensinar a dar aula", comenta.
Pedagoga do colégio mais bem colocado de Curitiba, o Marçal Justen, que fica no bairro Água Verde, Lorise Lanzoni Bastos concorda que a melhoria da educação não exige qualquer segredo desconhecido ou truque. "O que importa é dar bem os conteúdos. As professoras são bem preparadas e trazem sempre uma abordagem diferente, o que estimula os alunos a aprender", afirma.
Entre as escolas de 5.ª a 8.ª séries, o primeiro lugar de Curitiba coube ao Colégio da Polícia Militar, com nota 5,6. Para o diretor da escola, major Nílson Carlos Rosa, há alguns itens que fazem o trabalho ter bons resultados. Um deles, afirma, é a "disciplina militar adaptada", que leva os alunos a se empenhar mais nas aulas e no estudo em casa. Outro fator é o teste seletivo realizado pelo colégio. Todos os anos, mais de mil alunos tentam uma vaga na 5.ª série do colégio, mas só 120 entram.
A nota do Ideb depende de duas variantes básicas. A primeira é o desempenho dos alunos em duas provas aplicadas pelo governo federal: o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e a Prova Brasil. Elas medem o nível de conhecimento dos alunos depois do término de cada um dos ciclos de aprendizagem. O outro item avaliado é o coeficiente de aprovação dos alunos de ano para ano. Somados, eles garantem que os alunos estejam aprendendo e que não estejam repetindo séries.
Serviço: Quem tiver interesse em saber mais sobre o Ideb ou quiser acessar a nota dos colégios pode entrar no site www.inep.gov.br
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