Das 86 pessoas presas pelo golpe do empréstimo consignado descoberto dentro da prefeitura de Itaperuçu, somente quatro continuam detidas, sendo dois servidores municipais. Elas tiveram a prisão temporária por cinco dias prorrogada porque são suspeitas de articular a fraude que causou prejuízo de cerca de R$ 1 milhão ao Paraná Banco.
A polícia começou a prender os suspeitos na última terça-feira. Segundo o Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), funcionários da prefeitura estariam falsificando documentos para obter empréstimos consignados que não eram pagos, usando nomes de laranjas. Parte do dinheiro teria financiado a última campanha eleitoral na cidade.
Nesta sexta-feira (5), o prefeito de Itaperuçu, José de Castro França, disse que a identificação do golpe começou dentro da própria prefeitura. "Foi o nosso diretor do Recursos Humanos que detectou a fraude. Ele informou o fato ao banco no dia 20 de agosto. A prefeitura montou uma comissão de sindicância e registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Rio Branco do Sul", informou, numa entrevista coletiva.
Segundo França, o convênio dos empréstimos foi feito quando ele estava afastado do cargo por determinação judicial. Ele voltou no dia 12 de junho deste ano. "O golpe não foi feito dentro da prefeitura, mas pessoas que ocuparam cargo de confiança na gestão do vice-prefeito Osmário Bonfim estão envolvidas."
O prefeito afirmou que a prisão de seu filho ocorreu por engano. "Ele deixou de trabalhar na prefeitura há mais de um ano. Tudo foi esclarecido e ele foi posto em liberdade (na quinta-feira)." França rebateu a informação de que o dinheiro pode ter ido para a campanha.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) afirma que a investigação começou a pedido do Paraná Banco. Depois a prefeitura teria passado a colaborar. A Sesp não confirmou a liberdade do filho do prefeito. O vice-prefeito Osmário Bonfim não foi localizado.
