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Trânsito

Só a tecnologia pode livrar grandes cidades do caos

Veja como será o trãnsito do futuro |
Veja como será o trãnsito do futuro (Foto: )

Imagine uma lombada inteligente que não ofereça resistência quando o condutor está na velocidade correta ou um leitor biométrico que identifique portadores de necessidades especiais em vagas de estacionamento reservadas. Essas e outras no­­vidades provavelmente estarão presentes nas principais ruas das grandes cidades do mundo nas próximas décadas.

Para especialistas, o trânsito nas grandes metrópoles entra em uma nova era. Se antes apenas obras estruturais eram suficientes para resolver os problemas, hoje a criação de novas vias não consegue acompanhar o crescimento da frota. A solução é investir em tecnologia para garantir menos engarrafamentos e mais segurança.

Frota gigante

Dados do Departamento Nacio­nal de Trânsito (Denatram) mos­­tram que há cerca de 60 milhões de veículos circulando no Brasil. Desses, cerca de 10 milhões foram fabricados en­­tre 2008 e 2009. A maior concentração ocorre na Região Su­­des­te, seguida pela Sul. Como as ruas não podem ser expandidas na mesma proporção, o que se vê nas grandes cidades são filas sem fim. O problema vira uma avalanche e aumenta o número de mortos e feridos em acidentes de trânsito, causando mais despesas ao poder público com saúde. O Brasil gasta hoje mais com vítimas do trânsito do que com vítimas da violência.

A solução, obviamente, passa pela conscientização dos motoristas e ampliação e melhoria do transporte público. Sem esses dois fatores, nenhum trânsito no mundo pode ser considerado de qualidade. Somado a isso há o investimento em tecnologia. Antes apenas grandes obras – como a ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, construída na década de 70 – conseguiam atender à demanda. Hoje é preciso aliar inteligência e tecnologia às obras viárias. No caso carioca, por exemplo, passam pela ponte 140 mil veículos diariamente e a construção dá sinais de esgotamento.

Pelo computador

A tecnologia está sendo incumbida de administrar o trânsito nas grandes cidades. Softwares já são capazes de fazer uma avaliação sobre o movimento de veículo e apontar dicas para especialistas decidirem qual a melhor solução, um viaduto ou um semáforo, por exemplo. Se um desses programas fosse usado para analisar os problemas de trân­­sito da Linha Verde, uma equipe técnica delimitaria essa área no computador, iria até o local e analisaria um dia inteiro ou os horários de pico. O programa realizaria a contagem de carros, além de analisar o tempo de cada semáforo e a velocidade dos carros.

Placas sinalizadoras são outra opção. Elas indicam aos motoristas qual a rota menos engarrafada, incentivando o uso de vias alternativas. Para tornar o trânsito mais sustentável, empresas investem em carros elétricos. Protótipos já preveem que, en­­quanto o carro fica estacionado, "carregadores públicos" de bateria sejam disponibilizados.

Engenharia

O primeiro passo para ter a tecnologia como aliada do trânsito é a criação de uma central de engenharia de tráfego. Esta é a opinião do professor do De­­par­tamento de Transportes da Uni­­­versidade Federal do Para­ná (UFPR) Eduardo Ratton. "Em Curitiba não temos uma companhia específica de engenharia de tráfico, como a CET de São Paulo."

Além disso, há outras duas ações necessárias. Para Ratton existe uma insuficiência do trans­­porte coletivo de massa em Curitiba, portanto o metrô seria essencial para melhorar o fluxo nas ruas da cidade. E por fim, há a sincronização de sinaleiros para o movimento fluir.

Para o diretor de Negócios In­­ternacionais da Perkons, em­­presa especializada em tecnologia do trânsito, José Mario de Andrade, as tendências apontam para a união de trânsito e veículos inteligentes. Tanto a via quanto os carros terão sistemas de comunicação interligados. Assim, se estiver chovendo forte, o veículo da frente poderá impedir que o veículo atrás acelere muito e cause uma colisão. "Ainda há apenas demonstrações experimentais desta tecnologia, mas é algo que a partir da próxima década será uma realidade."

O vice-presidente da As­­so­ciação Brasileira das Em­­presas do Setor de Trânsito (Abetrans), Angelo Leite, aposta na implan­tação de chips para o monitoramento dos veículos. Com essa medida, todos os carros seriam identificados pelos órgãos com­­petentes e, ao invés de mo­­nitorar se o condutor ultrapassou o limite de velocidade em ape­­nas um ponto da cidade (co­­mo é feito atualmente com os radares), haveria um acompanhamento constante. Leite afir­­ma que não haveria invasão de privacidade, já que as pessoas estariam circulando pelo espaço público.

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