Veja como será o trãnsito do futuro| Foto:

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Exemplos que vêm da Europa

Não há muitas cidades no mundo que possam ser consideradas exemplares quando o assunto é trânsito inteligente. Entre as unanimidades estão Lyon, na França e Amsterdam, na Holanda. A cidade francesa conseguiu integrar vários modais e com isso acabou com os congestionamentos. O usuário tem à sua disposição bicicleta, metrô e ônibus.

Amsterdam tem um sistema semelhante e conseguiu levar equipamentos tecnológicos para ajudar na gestão. Em março deste ano aconteceu na cidade a maior feira de tecnologia para o trânsito do mundo, a Intertraffic.

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Curitiba terá ruas monitoradas até 2014

A prefeitura de Curitiba promete implantar até 2014 o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM). A iniciativa visa ajudar a acabar com a lentidão no trânsito em alguns pontos da cidade. Com a criação de uma central de monitoramento do tráfego, a ideia é tornar o trânsito inteligente. As­­sim, por exemplo, se no horário de pico o movimento em uma via estiver intenso e outra rua paralela de sentido oposto estiver vazia, uma pista poderá ser liberada, com faixas reversíveis.

Para que isso efetivamente ocorra, é preciso instalar câmeras para vigiar os carros. Além disso, o município promete implantar mais semáforos inteligentes que dão preferência ao transporte coletivo, painéis eletrônicos de sinalização e realizar uma pesquisa de origem-destino.

Algumas ações já começaram a ser implantadas na Linha Verde, mas, para ter o sistema todo em operação, são necessários mais quatro anos e meio. A verba usada virá do PAC da Copa. "Hoje temos binários, proibições de estacionamento, mas sem observar em tempo real, não tem como tomar medidas operacionais", diz Rosângela Batistella, diretora de Trânsito de Curitiba. (PC)

Imagine uma lombada inteligente que não ofereça resistência quando o condutor está na velocidade correta ou um leitor biométrico que identifique portadores de necessidades especiais em vagas de estacionamento reservadas. Essas e outras no­­vidades provavelmente estarão presentes nas principais ruas das grandes cidades do mundo nas próximas décadas.

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Para especialistas, o trânsito nas grandes metrópoles entra em uma nova era. Se antes apenas obras estruturais eram suficientes para resolver os problemas, hoje a criação de novas vias não consegue acompanhar o crescimento da frota. A solução é investir em tecnologia para garantir menos engarrafamentos e mais segurança.

Frota gigante

Dados do Departamento Nacio­nal de Trânsito (Denatram) mos­­tram que há cerca de 60 milhões de veículos circulando no Brasil. Desses, cerca de 10 milhões foram fabricados en­­tre 2008 e 2009. A maior concentração ocorre na Região Su­­des­te, seguida pela Sul. Como as ruas não podem ser expandidas na mesma proporção, o que se vê nas grandes cidades são filas sem fim. O problema vira uma avalanche e aumenta o número de mortos e feridos em acidentes de trânsito, causando mais despesas ao poder público com saúde. O Brasil gasta hoje mais com vítimas do trânsito do que com vítimas da violência.

A solução, obviamente, passa pela conscientização dos motoristas e ampliação e melhoria do transporte público. Sem esses dois fatores, nenhum trânsito no mundo pode ser considerado de qualidade. Somado a isso há o investimento em tecnologia. Antes apenas grandes obras – como a ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, construída na década de 70 – conseguiam atender à demanda. Hoje é preciso aliar inteligência e tecnologia às obras viárias. No caso carioca, por exemplo, passam pela ponte 140 mil veículos diariamente e a construção dá sinais de esgotamento.

Pelo computador

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A tecnologia está sendo incumbida de administrar o trânsito nas grandes cidades. Softwares já são capazes de fazer uma avaliação sobre o movimento de veículo e apontar dicas para especialistas decidirem qual a melhor solução, um viaduto ou um semáforo, por exemplo. Se um desses programas fosse usado para analisar os problemas de trân­­sito da Linha Verde, uma equipe técnica delimitaria essa área no computador, iria até o local e analisaria um dia inteiro ou os horários de pico. O programa realizaria a contagem de carros, além de analisar o tempo de cada semáforo e a velocidade dos carros.

Placas sinalizadoras são outra opção. Elas indicam aos motoristas qual a rota menos engarrafada, incentivando o uso de vias alternativas. Para tornar o trânsito mais sustentável, empresas investem em carros elétricos. Protótipos já preveem que, en­­quanto o carro fica estacionado, "carregadores públicos" de bateria sejam disponibilizados.

Engenharia

O primeiro passo para ter a tecnologia como aliada do trânsito é a criação de uma central de engenharia de tráfego. Esta é a opinião do professor do De­­par­tamento de Transportes da Uni­­­versidade Federal do Para­ná (UFPR) Eduardo Ratton. "Em Curitiba não temos uma companhia específica de engenharia de tráfico, como a CET de São Paulo."

Além disso, há outras duas ações necessárias. Para Ratton existe uma insuficiência do trans­­porte coletivo de massa em Curitiba, portanto o metrô seria essencial para melhorar o fluxo nas ruas da cidade. E por fim, há a sincronização de sinaleiros para o movimento fluir.

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Para o diretor de Negócios In­­ternacionais da Perkons, em­­presa especializada em tecnologia do trânsito, José Mario de Andrade, as tendências apontam para a união de trânsito e veículos inteligentes. Tanto a via quanto os carros terão sistemas de comunicação interligados. Assim, se estiver chovendo forte, o veículo da frente poderá impedir que o veículo atrás acelere muito e cause uma colisão. "Ainda há apenas demonstrações experimentais desta tecnologia, mas é algo que a partir da próxima década será uma realidade."

O vice-presidente da As­­so­ciação Brasileira das Em­­presas do Setor de Trânsito (Abetrans), Angelo Leite, aposta na implan­tação de chips para o monitoramento dos veículos. Com essa medida, todos os carros seriam identificados pelos órgãos com­­petentes e, ao invés de mo­­nitorar se o condutor ultrapassou o limite de velocidade em ape­­nas um ponto da cidade (co­­mo é feito atualmente com os radares), haveria um acompanhamento constante. Leite afir­­ma que não haveria invasão de privacidade, já que as pessoas estariam circulando pelo espaço público.