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Aliados de peemedebista tentam adiar ações para esfriar a crise

Favorecido pela demonstração de força de sua bancada, como ficou provado na derrubada da medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e seus aliados esperam agora recuperar o apoio petista. Não para a missão de inocentá-lo novamente no plenário, como ocorreu no último dia 12, mas para ajudá-los na tarefa de adiar ao máximo a votação das três representações a que responde no Conselho de Ética.

O trabalho vem sendo conduzido pelo presidente do conselho, Leomar Quintanilha (PMDB-TO). E é graças a ele que, passados 17 dias da absolvição de Renan, foram suspensas duas reuniões do órgão. "Ele tem o presidente do conselho como aliado, a ponto de ele tampouco ter indicado até agora dois relatores", criticou Demóstenes Torres (DEM-GO). "Renan pode vir com suas manobras, mas nós (da oposição) estaremos atentos para tentar impedi-las."

Os aliados querem estender a tramitação das representações até o recesso de dezembro. A partir daí, acreditam, o clima de fim de ano pode esfriar a crise.

Brasília – Além de tentar impedir o adiamento das sessões do Conselho de Ética, os defensores da cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esperam que surjam novas evidências contra o senador. Depois de ser absolvido da acusação de que Cláudio Gontijo, lobista da empreiteira Mendes Júnior, bancou suas despesas pessoais (entre elas pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso), esses senadores avaliam que, se não surgirem novos fatos, dificilmente ele será condenado nas três representações que ainda serão analisadas.

Na opinião do senador Renato Casagrande (PSB-ES), relator junto com Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE) da primeira representação contra Renan, o problema não é condená-lo no Conselho de Ética. "Lá, com voto aberto, o ambiente é francamente desfavorável a ele", diz. A questão será juntar provas suficientes para dobrar o plenário, onde o prestígio de Renan é alto.

"Sem provas novas, essa tarefa será bem mais difícil", reconhece Casagrande, que, em parecer conjunto com Marisa, pediu a cassação de Renan. O senador capixaba teme também que o ex-deputado e usineiro João Lyra acabe não depondo ao Senado no caso avaliado na terceira representação, que apura se Renan foi sócio oculto de duas emissoras de rádio e um jornal. Em entrevistas, Lyra tem confirmado a história, mas os defensores da cassação acham que depoimento público poderia ser decisivo.

Para Demóstenes Torres (DEM-GO), depois de se expor publicamente reforçando suas acusações, não resta outra alternativa a Lyra senão a de colaborar com o conselho. "Tenho certeza de que ele não vai se desmoralizar e irá confirmar em detalhes todas as operações."

Por conta da pressão da oposição, o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), marcou para hoje reunião que decidirá pela adoção ou não do mecanismo de unir num só pacote as três representações. Demóstenes voltou a cobrar de Quintanilha a indicação do relator para a denúncia das rádios. O presidente do colegiado demonstra, nesse caso e no que trata da suspeita de envolvimento de Renan em coleta de propina em ministérios do PMDB (a quarta representação), total desinteresse em nomear o relator.

Caso a reunião de hoje ocorra, é esperada a aprovação do parecer de João Pedro (PT-AM) pedindo suspensão do julgamento da segunda representação até que a Câmara examine a situação de Olavo Calheiros (PMDB-AL). O irmão de Renan é suspeito de ter feito negócios com a Schincariol após o senador supostamente ter intercedido no INSS e na Receita Federal em favor da cervejaria.

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