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A referência de Lula à necessidade de encontrar o "ponto G" nas negociações com os EUA pode soar inusitada, mas não é inédita. O presidente havia recorrido à mesma metáfora picante em café-da-manhã com jornalistas durante viagem à Argélia, em fevereiro de 2006. "Preciso achar o ponto G na cabeça do Chirac", disse Lula na ocasião. Referia-se aos embates comerciais com a União Européia. Como fora previamente acertado que a conversa seria "em off", o comentário passou longe do noticiário. Ontem, quando Lula voltou a usar a expressão, o intérprete hesitou antes de vertê-la para o inglês. Ao ouvi-la, George W. Bush olhou para o tradutor com ar incrédulo, como quem duvida da literalidade da frase.

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Pequena notável – A dacquoise de coco servida na sobremesa do almoço Lula-Bush ganhou no cardápio um nome bem brasileiro: Carmem Miranda. Foi o item mais apreciado da refeição. Bestial – O estafe de Bush se refere à enorme limusine que transporta o presidente americano como "The Beast". Falha deles 1 – Lula e Bush assistiram a um briefing da Petrobrás sobre o etanol. O presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, falou durante quase todo tempo em inglês fluente. Mas, a dada altura, o sistema de som falhou. Falha deles 2 – O grupo que veio com Bush se entreolhou. Alguns balançaram a cabeça, como a constatar a ineficiência dos anfitriões. Mas a empresa encarregada do som havia sido contratada pela equipe precursora dos EUA. Censura – Do vereador paulistano José Américo (PT) sobre a retirada da equipe da TV Al Jazira, por funcionários da prefeitura, do Viaduto do Chá: "Para agradar aos americanos, o Kassab atropelou a liberdade de imprensa". Aperitivo – Enquanto não sai a CPI do Apagão Aéreo, o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) conseguiu aprovar, na Comissão de Fiscalização Financeira, um requerimento para que o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, compareça para depor sobre as obras no aeroporto de Congonhas.

Dá que é meu 1 – Com o inchaço da seção baiana do PR, os recém-chegados disputam um cargo no Dnit hoje ocupado por aliado do ex-deputado estadual Hugo Mattos. A diretoria-geral no estado é do deputado José Carlos Araújo, que deve mantê-la. Dá que é meu 2 – Os deputados José Rocha e Tonha Magalhães estão entre os ex-pefelistas que embarcaram no PR com a promessa de se dar bem no loteamento dos cargos federais na Bahia. Saciado – A engorda do PR é tão evidente que o líder Luciano Castro (RR) avisou a bancada: "Em Minas e na Bahia, chega. Não cabe mais". Peroba neles – Além do PR, quem cresce a olhos vistos é o nanico Partido dos Aposentados da Nação, cuja bancada saltou de um para cinco deputados mesmo sem o aval da Justiça para a fusão com o PTB. Juntos, PAN e PR faturaram mais da metade das filiações de deputados após a eleição de Arlindo Chinaglia. Atalho – Os operadores das filiações encaram o PAN como um destino alternativo, que permite integrar deputados à base sem oferecê-los de bandeja ao inimigo Roberto Jefferson, que preside o PTB. Boletim – Do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), animado com sua recuperação no Incor: "Fico mais três ou quatro dias por aqui." Operação Golfinho – A PF prepara a abertura de uma delegacia em Fernando de Noronha para acompanhar o trabalho da Justiça Federal, que instalará uma vara no arquipélago com atuação voltada para crimes ambientais.

TIROTEIO

* Do deputado José Carlos Aleluia (PFL) sobre Lula, que em entrevista ontem ao lado de Bush disse que Brasil e Estados Unidos precisam caminhar mais para chegar ao "ponto G" das negociações.

– Eu recomendaria ao presidente Lula ler mais "O Capital" e menos o "Kama Sutra".

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