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Clima

Sobe para 13 o número de mortes em Petrópolis, no Rio

Casas ficam "penduradas" em barranco que desmoronou em Petrópolis, na região serrrana do Rio de Janeiro | EFE/ Marcelo Sayão
Casas ficam "penduradas" em barranco que desmoronou em Petrópolis, na região serrrana do Rio de Janeiro (Foto: EFE/ Marcelo Sayão)

Subiu para 13 o número de mortos em decorrência da chuva que atinge a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, desde a noite de domingo (17). Outras 20 pessoas ficaram feridas e 140 famílias estão abrigadas em pontos de referência instalados pela prefeitura para dar apoio às vítimas. Ainda não há informação de quantas destas famílias estão desalojadas (temporariamente fora de suas casas) e quantas estão desabrigadas (tiveram as casas destruídas).

Ao todo, 560 pessoas estão desabrigadas na região. De acordo com o prefeito Rubens Bomtempo, a maior parte dos desabrigados está no bairro da Quitandinha, área mais afetada da cidade, onde choveu 416 milímetros em 24 horas.

Além dos deslizamentos de terra, que provocaram 13 mortes e deixaram 20 feridos, houve transbordamento de rios, que alagaram as ruas. O comércio da cidade, que normalmente só abre na tarde de segunda-feira, manteve-se fechado, inclusive a famosa Rua Teresa. "Se você me perguntar qual o tamanho do problema, ainda não consegui mensurar. A chuva ainda não parou", disse o prefeito.

As aulas foram suspensas, pelo menos até amanhã (19), para que as escolas possam receber os desabrigados. "São cerca de 1.500 crianças, mas elas não vão ficar sem aula. As aulas estão sendo apenas adiadas. Isso será reposto em um curto espaço de tempo", disse Bomtempo.

A Defesa Civil atendeu a mais de 270 ocorrências desde o início das chuvas. Durante o atendimento a uma emergência, na Quitandinha, dois funcionários da Defesa Civil morreram soterrados, enquanto tentavam tirar famílias de uma área de risco. "Eles morreram como heróis."

Apesar de alguns moradores dizerem que as sirenes não soaram em alguns locais da Quitandinha, o prefeito disse que todas as sirenes soaram adequadamente.Socorro

O secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, informou que tem recebido grande número de solicitações de socorro, mas as equipes estão com dificuldade de chegar aos locais afetados. Simões fez um apelo para que as pessoas saiam de suas casas e procurem locais seguros.

Além de Petrópolis, Teresópolis, também na região serrana, está entre os municípios mais atingidos, assim como Angra dos Reis e Mangaratiba, no litoral Sul, e Niterói, na região metropolitana. A chuva também fechou rodovias que servem ao litoral norte de São Paulo, como a Rio-Santos e a Mogi-Bertioga.

Apenas em Petrópolis há 21 pontos de deslizamento ou alagamento. As localidades mais afetadas foram Quitandinha (com acumulado de 390 mm de precipitação em 24 horas), Independência (com acumulado de 277 mm de precipitação em 24 horas) e Doutor Thouzet (com acumulado de 267 mm de precipitação em 24 horas).

Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, os rios Quitandinha e Piabanha transbordaram. "O Rio Piabanha é o que mais nos preocupa porque corta Petrópolis de ponta a ponta", disse Minc.

"Estamos esperando novos informes da Defesa Civil, porque, infelizmente, há outros mortos e desaparecidos", afirmou.

As ruas do centro de Petrópolis ficaram completamente alagadas durante a madrugada, impedindo o deslocamento das pessoas. A própria Defesa Civil encontrou dificuldades para se deslocar pela cidade.

Segundo o órgão, as sirenes instaladas em áreas de risco foram acionadas a tempo para as pessoas deixarem as casas e irem para os pontos de apoio em escolas e uma igreja. Hoje pela manhã, a prefeitura inicia o cadastramento das famílias acolhidas nas escolas.

Polícia Militar, bombeiros, Guarda Municipal e equipes da prefeitura estão envolvidos no trabalho socorro às vítimas da chuva na cidade.

Já a Rodovia Rio-Juiz de Fora está parcialmente interditada em sete pontos por conta de deslizamentos. O trecho de subida da serra, na altura do quilômetro 75, chegou a ficar completamente fechado, mas foi liberado no fim da madrugada de hoje.

Segundo Minc, equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) também estão em Duque de Caxias, município vizinho a Petrópolis. Famílias terão que sair de suas casas no bairro de Santa Cruz, por causa da cheia do Rio Saracuruna, que recebe as águas que descem da serra em Petrópolis.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, as cidades de Angra dos Reis, Mangaratiba, Niterói e Teresópolis também registram prejuízos por causa das chuvas.

Doze rios fluminenses estão em alerta máximo

Doze rios do estado do Rio de Janeiro, que cortam oito municípios, estão em alerta máximo devido às chuvas. O alerta máximo é o nível mais grave entre os quatro usados pelo Inea para medir o risco de cheia dos rios do estado.

O alerta máximo significa que o rio já atingiu 80% do seu nível de transbordamento. Alguns rios, como o Quintandinha e o Piabanha, que cortam a cidade de Petrópolis, já transbordaram, de acordo com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.

Segundo a prefeitura de Petrópolis, o bairro da Quintandinha foi um dos mais afetados. O município decretou ponto facultativo nas escolas municipais, para receber pessoas que precisarem sair de suas casas. Ainda chove na cidade e as equipes da Defesa Civil estão com dificuldade para chegar aos locais afetados. Pelo menos três mortes por deslizamentos de terra foram confirmadas.

"É muito duro, mas em Petrópolis chove desde o final da tarde de ontem, [a população] vem sofrendo com um volume de chuvas absurdo. Mais de 300 milímetros de chuva em menos de 24 horas. Temos vítimas e estamos atuando com a Defesa Civil para resgatar os corpos. Infelizmente, o número é maior [do que os três mortos confirmados]", disse o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, em entrevista à Rádio Nacional.

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