Do início do ano até agora, Curitiba registrou 442 casos de dengue. Desses, 17 são autóctones – o maior da série histórica – e foram contraídos em dez bairros da capital: Sitio Cercado, Uberaba, CIC, Bairro Alto, Boqueirão, Centro, Guaíra, Lindóia, Parolin e Tatuquara. Os dados são do último boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgado nesta sexta-feira (22).
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o aumento no número de casos autóctones é reflexo da situação do estado no que diz respeito à propagação da doença e está dentro da expectativa. “A proximidade com regiões de epidemia e a facilidade de movimentação aliadas ao número de focos [são os motivos para o crescimento do número de casos autóctones]”, explica a coordenadora do Centro de Operações Especiais em Saúde da SMS, Juliane Oliveira.
Para evitar que a transmissão local da doença, uma ação de bloqueio é realizada toda vez que um caso autóctone é confirmado. Nela, a prefeitura faz uma varredura num raio de 300 metros do local onde a pessoa foi infectada para que, se houver criadouros de Aedes aegypti, eles possam ser identificados e eliminados rapidamente.
Ainda assim, Juliane afirma que nenhuma região da cidade está recebendo “atenção especial” devido aos casos autóctones, já que há registros de casos dengue em praticamente todos os bairros de Curitiba (exceto em oito bairros: Augusta, Campina do Siqueira, Caximba, Lamenha Pequena, Prado Velho, Riviera, São Lourenço e São Miguel). Segundo ela, há também “áreas da cidade com focos, mas sem casos autóctones”. Ao todo foram identificados 244 focos de Aedes na cidade.
Desaceleração
Os números sobre a dengue em Curitiba mostram que houve uma desaceleração do crescimento do número de casos da doença. Ainda assim, segundo a representante da SMS, isso não significa que as pessoas devem relaxar os cuidados para prevenir a propagação da doença, especialmente em um momento em que há feriado em muitos viajam. “Pode ser que tenhamos reflexo disso nas próximas semanas nas nossas notificações. Por isso a nossa orientação para quem viaja: use repelente e tome os cuidados”, diz. Juliane pede também que a população continue cuidando para que o número de focos do mosquito não aumente.
Zika e chikungunya
Desde o boletim anterior, apenas um novo caso de zika - importado - foi registrado em Curitiba. Ao todo foram registrados 38 casos da doença na cidade desde o início do ano, 30 importados e 8 autóctones.
Na última semana também foi registrado um novo caso de chikungunya na capital, totalizando 12 casos desde o início do ano, todos importados.