Sobe para 2,5 mil o número de desalojados por causa da chuva no PR

Pelo menos 2.510 pessoas precisaram deixar suas residências e se abrigar nas casas de familiares ou amigos por causa dos danos causados pelo mau tempo que atinge o Paraná desde a sexta-feira (20). O balanço foi divulgado pela Defesa Civil do estado na noite desta segunda-feira (23). Ao todo, 53 mil pessoas foram afetadas de alguma forma pelo mau tempo. Pelo menos 38 pessoas estão desabrigadas, ou seja, instaladas em abrigos públicos. Além disso, 11.191 residências foram danificadas em 36 cidades.

Entre os municípios atingidos, Corbélia é onde os números são mais críticos. Há estimativas iniciais de que os estragos sejam responsáveis por um prejuízo de mais de R$ 10 milhões. Por lá, 2,8 mil residências foram danificadas pelo granizo, que deixou 915 pessoas desalojadas, 15 desabrigadas e 23 feridas.

O granizo também deixou estragos em outros municípios. Entre os mais afetados, estão Nova Prata do Iguaçu, no sudoeste, com 1,5 mil casas afetadas, São João, Verê, também no sudoeste, e Prudentópolis, no sul, todas com mil residências avariadas. Em Salto do Lontra, a responsável por danos em 1,2 mil casas foram as chuvas intensas.

Nas regiões noroeste e centro-oeste do Paraná, 90 mil unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica. As áreas rurais de Iporã, Douradina, Icaraíma, Nova Londrina, Santa Isabel, Loanda, Ubiratã, Iretama, Louisiana e Roncador ficaram sem luz por causa de tempestades. Em Londrina, no norte, além de quedas de energia, ventos de até 107 quilômetros/hora foram registrados. Em um shopping da cidade, pedaços do teto caíram na praça de alimentação. Por causa do temporal, 39 escolas municipais da cidade foram afetadas e seis delas não puderam abrir as portas.

Turvo e Prudentópolis recuperam casas danificadas pelo granizo

A semana começou com muito trabalho nas zonas rurais de Turvo e Prudentópolis, na região Centro-Sul, após o temporal de granizo no final de semana. Segundo a prefeitura de Turvo, 159 famílias tiveram os telhados de suas casas perfurados pelo granizo. A prefeitura pede donativos da população, como roupas e alimentos, para as pessoas afetadas pela tempestade. Além das 700 famílias prejudicadas pelo granizo em Prudentópolis, moradores de cinco localidades rurais estão isolados pela enchente dos rios.

Das 159 famílias afetadas pela chuva em Turvo, 42 estão em casas de parentes. Uma família passou uma noite num abrigo municipal, mas retornou nesta segunda-feira (23) para casa. O departamento de Bem-Estar Social da prefeitura cadastra as famílias afetadas pelo temporal. Segundo a diretora do departamento, Adelayne Ferreira de Campos, qualquer doação é bem-vinda. "As pessoas perderam muitas coisas com a chuva", informa. Os itens prioritários são colchões, cobertores, roupas, mantimentos e até telhas. O departamento já forneceu 200 lonas e 320 cobertores aos atingidos. As áreas mais afetadas foram na área rural e, portanto, a Secretaria Municipal de Agricultura passou o dia nas localidades para verificar os danos. Pelo menos três agricultores que fornecem produtos para a merenda escolar perderam toda a produção de hortaliças devido ao granizo. Em Prudentópolis, pelo menos mil casas foram danificadas com a queda de granizo. Prédios de uso público também foram afetados. "A Santa Casa, quatro mini-postos de saúde e umas 12 escolas tiveram danos nos telhados", completa o chefe da Defesa Civil em Prudentópolis, Maurício Campolim.

Foram distribuídas, até esta segunda-feira (23), 10 mil metros de lona para os moradores. "Os particulares que tinham condições compraram telhas em Prudentópolis, mas as lojas já estão com o material em falta", acrescenta. Após o granizo, o excesso de chuva no domingo (22) causou a cheia de rios que passam pela zona rural e isolaram moradores de cinco localidades.

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, os danos foram na área urbana. A Defesa Civil do município divulgou que 200 casas foram destelhadas na tarde de sábado (21).

Também houve registros de deslizamentos de terras nas vilas Santa Lúcia, Hilgemberg, Sabará e Vilela. Conforme a Defesa Civil, cerca de 60 famílias estão em área de risco, mas mesmo assim permanecem nas residências.