O Paraná é o estado com a maior sobra de vagas para bolsas do Programa Universidade Para Todos (ProUni), do governo federal. Das 1.071 vagas remanescentes e não preenchidas oferecidas em todo o país, 1.063 eram de quatro instituições de ensino superior de Curitiba e na região metropolitana – praticamente 99%. A segunda etapa do programa foi encerrada sábado. O Paraná é também o segundo estado com a maior oferta de bolsas de estudo (10.065), ficando atrás apenas de São Paulo (27.867).

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Ao todo, o ProUni ofereceu 91.609 bolsas a estudantes de baixa renda no primeiro semestre de 2006, com 98,84% das vagas sendo ocupadas. O índice de ocupação é maior do que o do ano passado, de 95,61%. As vagas restantes são parciais, sendo que 543 foram oferecidas além do número obrigatório por lei e 528 se referem a cursos a distância. Entre as vagas que não foram ocupadas no Paraná estão bolsas nos cursos da Faculdade Tecnológica Camões, Faculdade Tecnológica Internacional, Faculdade Educacional de Colombo e Faculdade Internacional de Curitiba (Facinter).

O coordenador do Departamento de Modernização e Programas da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Celso Carneiro Ribeiro, não soube explicar porque grande parte dessas vagas estão concentradas no estado e nem detalhar os números. "São vários cursos, principalmente de tecnólogo, normal superior e muitos deles de educação à distância", diz.

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Porém, o diretor administrativo da Faculdade Tecnológica Camões (onde sobraram algumas vagas nos cursos da área de Tecnologia), Anselmo Michelotto, não acredita que a sobra tenha ocorrido por falta de interesse dos estudantes. "Só no curso de Administração tivemos quase 700 inscritos para 200 bolsas. O problema é que a maioria não atingiu a nota mínima no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) exigida para obter a bolsa", avalia. Outra questão apontada por Michelotto é o fato de que a instituição ofereceu vagas acima do exigido por lei. "Colocamos 100% das vagas dos 10 cursos de tecnologia autorizados pelo MEC à disposição do programa".

Já o coordenador da Facinter, Márcio Mugnol, acredita que grande parte dos estudantes ainda desconhecem o ProUni. "A maioria dos nossos cursos são de educação à distância e oferecidos para o Brasil inteiro. Fora dos grandes centros, os alunos ainda não conhecem o ProUni", afirma. Para o primeiro semestre de 2006, a Facinter ofereceu 1.200 bolsas e recebeu 240 candidatos interessados em participar do programa. O número é baixo, mas representa o dobro da procura registrada no ano anterior. Os diretores das faculdades Educacional de Colombo e Tecnológica Internacional não foram localizados pela reportagem.

Preenchimento

O MEC ainda não definiu como será o preenchimento das vagas remanescentes e se serão ocupadas por alunos matriculados nessas instituições. O ministro da educação, Fernando Haddad, afirmou descartou a possibilidade da realização de um novo processo seletivo e lembrou que o programa possui um mecanismo próprio de compensação. "A instituição tem a liberdade de preencher as vagas ociosas com os alunos que já estão matriculados, respeitando os pré-requisitos socioeconômicos." No próximo semestre, haverá um novo processo seletivo para distribuição de outras 40 mil bolsas. Os selecionados têm até 3 de fevereiro para apresentar documentos e comprovar renda familiar e escolaridade na instituição de ensino para a qual foram aprovados. Caso contrário, perderão a bolsa. Em 6 de fevereiro, serão abertas vagas para os candidatos da lista de espera.