Os depoimentos da sobrevivente da tragédia no Barreirinha, em Curitiba, em 17 de julho, pouco acrescentaram nas investigações sobre o caso. A afirmação é dos titulares das delegacias de Homicídios e de Delitos de Trânsito. Sirley da Cruz Dias foi ouvida nos dois locais nesta terça-feira, o primeiro apura a morte do motorista Claudemir Batista Severino que provocou o grave acidente e a segunda o acidente em si.
Na Delegacia de Homicídios, que investiga quem são os agressores que lincharam Severino, a audiência com Sirley serviu apenas para reafirmar os nomes dos que estavam presentes na festa de aniversário que ocorria em frente ao local do acidente. "O depoimento acrescentou pouca coisa. Ela não viu nada, quando viu o caminhão já estava em cima", disse o delegado Maurílio Alves.
A Homicídios prossegue com as investigações sobre a morte de Severino, cujo inquérito deve ser concluído no dia 17, podendo o prazo ser prorrogado por mais um mês. "Vamos continuar ouvindo as pessoas que estavam na festa", afirmou o delegado Alves. Segundo ele, outras duas pessoas devem ser interrogadas nesta quarta-feira.
Delitos de Trânsito
De acordo com o delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito, que está apurando as causas do acidente, na oitiva, Sirley afirmou que "não lembra de nada do acidente, apenas da frase 'olha o caminhão'", disse Braga. Com a ausência de novos fatos, o delegado disse que não tem mais o que investigar e que vai encerrar o inquérito.
"Vou relatar que não houve a intenção do irmão do motorista de atropelar as pessoas da festa. Quanto ao acidente, o Claudemir Batista (motorista do caminhão) foi culpado pela morte das cinco pessoas, mas como está morto nada poderemos fazer. Se ele tivesse sobrevivido eu o indiciaria, pediria a prisão preventiva por dolo eventual", disse.
Braga comentou que o exame de dosagem alcoólica, feito no motorista, apontou que Claudemir estava com a dosagem cinco vezes maior que a tolerável. "O exame mostrou que ele estava com 33 decigramas de álcool por litro de sangue. O tolerável é seis", contou. "Vou apenas aguardar o laudo das necropsias, feitas nas pessoas que morreram no acidente, para juntar ao inquérito", conclui o delegado.
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