O resgate dos nove passageiros que sobreviveram ao acidente com o avião C98 Caravan, ocorrido na última quinta-feira (29) no Amazonas, contou com a ajuda de um guincho de helicóptero. De acordo com o major-brigadeiro Jorge Cruz de Souza e Mello, do 7º Comando Aéreo Regional (Comar), o local onde o avião foi encontrado não oferecia condições de pouso nem mesmo para outra aeronave menor, como um helicóptero.
"Primeiramente descemos um dos nossos homens pelo guincho do helicóptero e também um médico. Os sobreviventes foram resgatados, um a um, pelo guincho e levados para receber avaliação médica em Cruzeiro do Sul", relatou Souza e Mello.
Segundo o Comando da Aeronáutica, o C98 Caravan precisou fazer um pouso forçado no Igarapé Jacurapá, no Rio Ituí. O local é uma área de floresta virgem, de difícil acesso, no município de Atalaia do Norte, a cerca de 1.138 quilômetros a oeste de Manaus. Dos 11 passageiros, apenas o servidor da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) João Abreu Filho e o suboficial Marcelo dos Santos Dias ainda não foram localizados.
As nove pessoas encontradas - quatro homens e cinco mulheres, entre elas uma grávida de três meses (Josiléia Vanessa de Almeida) - foram avistadas por indígenas da tribo dos Matis. Para intensificar as buscas, a Fundação Nacional do Índio (Funai) avisou às aldeias da região sobre o acidente. A comunicação sobre a localização do avião foi feita por meio de rádio amador para a Funai em Atalaia do Norte.
Depois disso, a informação foi encaminhada ao Centro de Salvamento do 7º Comar, que funciona no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo em Manaus (Cindacta 4). Para Souza e Mello, o apoio dos indígenas foi fundamental para a localização da aeronave.
"A Funai emitiu o pedido de ajuda e houve retorno das aldeias, até mesmo em linguagem nativa. Soubemos que índios caminhando na selva e caçando em atividades próprias teriam avistado a aeronave. Com as coordenadas, chegamos em cerca de uma hora ao local", acrescentou o comandante.
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