O Planalto e a Polícia Federal já sabem que a trama abortada quando foram presos os dois petistas com R$ 1,7 milhão para comprar o dossiê contra José Serra não envolveu apenas os "aloprados" já conhecidos do público.

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Semanas antes do flagrante em São Paulo, houve reunião com mais de 20 pessoas para tratar do assunto em Brasília, aponta a investigação.

Em busca da origem do dinheiro, a PF segue ainda outras pistas: ao menos parte dele teria vindo de "caixa próprio" do grupo chefiado pelo churrasqueiro Jorge Lorenzetti.

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"Há um braço financeiro na operação, que tinha caixa angariado junto a sindicatos e outras entidades", diz um envolvido na investigação.

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Solta-língua – Para as cúpulas da PF e do governo, só delação premiada ou confissão de um envolvido será capaz de mapear toda a origem do dinheiro do dossiê. Um doleiro abriu negociação para dizer o que sabia, mas recuou. Na mesma – A Concivi, de Abel Pereira, tem 37% das obras contratadas mediante licitação pela prefeitura de Piracicaba, hoje administrada por Barjas Negri (PSDB). Na gestão anterior, de José Machado (PT), foram 34%. Em alta – Em números absolutos, porém, a empresa de Pereira, acusado pelos Vedoin no escândalo sanguessuga, saltou de 35 obras na gestão petista para 62 na tucana. Conciliador – Lula foi aconselhado a ser "humilde e altivo" e evitar parecer arrogante no debate de hoje na Globo. Segundo assessores, o presidente poderá fazer um aceno ao entendimento com a oposição durante o programa. Vigilância – Escaldados pelo efeito "salto alto" no primeiro turno, petistas convocaram plenárias para hoje em todo o país a fim de organizar a fiscalização de urnas no domingo. A ordem no partido é não relaxar, apesar da ampla vantagem do presidente. Primeira vez – Em levantamento realizado pelo Datafolha ao final do primeiro turno, 17% afirmaram que nunca haviam sido entrevistados para uma pesquisa política. Frevo – Governador eleito de Sergipe, Marcelo Deda (PT) se espantou com o comício de encerramento da campanha de Eduardo Campos (PSB) em Pernambuco. "Pense no Galo da Madrugada. Parecia carnaval", disse. O PT local estava em peso no palanque, Humberto Costa à frente.

Acerto 1 – O silêncio de José Roberto Arruda (PFL) na reta final da campanha foi combinado com o PT ainda no primeiro turno, quando o governador eleito do Distrito Federal temia enfrentar Maria de Lourdes Abadia (PSDB) num eventual segundo turno. Acerto 2 – Pela proposta de Arruda, ele não atacaria Lula em troca da neutralidade do PT na disputa com Abadia, que acabou não acontecendo. Bipolar – Enquanto trava guerra verbal com Osmar Dias (PDT) no Paraná, Roberto Requião (PMDB) mudou o estilo de seu material de campanha. Passou de panfletos com a frase "Requião neles" a jornais com títulos como "Tenho amor por Curitiba".

Ver para crer – A campanha de Roseana Sarney (PFL) tem enviado peruas a vilarejos do interior do Maranhão para exibir, num telão, o vídeo em que Lula pede votos para a candidata ao governo. Abrigo – O deputado Robson Tuma (PFL-SP) está em campanha para virar ministro do TCU. Outros pefelistas derrotados que pleiteiam vaga no tribunal são Moroni Torgan (CE) e Aroldo Cedraz (BA). Ninguém tasca – Eleito deputado, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) vai abrir escritório da Força em Brasília para acumular as novas tarefas com a presidência da central.

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TIROTEIO

* Do filósofo Roberto Romano, professor de ética na Unicamp, sobre o presidente Lula, que em discurso anteontem disse não querer mais comparações com FH, apenas consigo mesmo.

– Não há notícia de que Deus meça a si mesmo. Com Lula, temos essa grande e nova revelação.