Acionistas da Sercomtel, companhia municipal de telecomunicação de Londrina, decidiram na quarta-feira, durante reunião extraordinária, contratar uma empresa especializada para avaliar a telefônica. A solicitação de avaliação foi feita pela direção da Copel, que estuda a possibilidade de estadualização da empresa municipal.
Na mesma reunião, os sócios aprovaram a formação de uma comissão, composta por um representante da Sercomtel e um da Copel, para acompanhar todas as fases do processo de avaliação. "Será feita uma avaliação patrimonial e de perspectiva financeira", disse o presidente da Sercomtel, Gabriel Ribeiro de Campos. A comissão, observou ele, deverá elaborar o edital onde constarão os parâmetros para a contratação da consultoria. "Vamos dizer o que deve ser avaliado."
Embora a Prefeitura não tenha autorização da Câmara Municipal para proceder a venda da Sercomtel, Campos afirmou que o estudo servirá de orientação à Copel na decisão sobre a estadualização. A telefônica poderá avaliar se encaminha ou não o negócio e a Câmara terá subsídios para aprovar ou não um eventual pedido de venda da telefônica para a Copel. "Se acontecer a venda, que seja embasada em dados técnicos e não por razões puramente sentimentais ou políticas", declarou o presidente da Sercomtel.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o diretor financeiro da Copel, Paulo Roberto Trompczynski, informou que a avaliação não é "inusitada" nem "extraordinária" e servirá como ferramenta de gestão à Sercomtel, auxiliando no planejamento das estratégias futuras da empresa, mesmo que a estadualização não se concretize e o percentual de participação da Copel nas ações da Sercomtel, de 45%, seja mantido. Além da auditoria, a estatal aguarda um parecer da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre a viabilidade da estadualização da telefônica.
Pesquisa
O presidente da Sercomtel comentou o resultado da pesquisa divulgado na última terça-feira pela Câmara Municipal que apontou que 72% dos londrinenses entrevistados são contra a venda da companhia telefônica. "É preciso que os londrinenses que responderam à pesquisa e disseram que são contra a venda da Sercomtel que manifestem não só na hora da pesquisa, mas na hora de escolher sua operadora. Não adianta ser contra e usar aparelhos de outras operadoras", alfinetou Campos.