Uma doença grave do filho fez com que a bancária aposentada Maria Gorete de Matos Provenzano, 52 anos, percebesse a situação de outras mães e crianças internadas no Hospital Pequeno Príncipe. Mesmo não gostando de hospitais, ela prometeu que se o filho ficasse curado, seria voluntária. Nunca havia imaginado que passaria 13 anos dedicando algumas horas semanais para os doentes do hospital. "Fazemos recreação com as crianças na UTI, conversamos com elas e procuramos mantê-las tranqüilas. Uma vez por semana, fazemos uma oficina de costura para abastecermos o bazar e reverter a venda em ajuda para o hospital", explica Maria.
O tradutor aposentado Reginaldo de Souza, 62 anos, foi outro que acabou se aproximando do voluntariado por meio de um hospital. Ele procurava alguma atividade para preencher o tempo e há dois anos passou a freqüentar o Hospital de Clínicas. "São quatro horas por semana que passo no hospital. É muito pouco para o que tem de ser feito."
Souza faz de tudo no HC. Carrega macas e acompanha os pacientes nos exames. "O paciente conversa com o voluntário mais do que com o familiar. Ajudando os outros, você percebe que sua vida é muito boa. Tem muita gente em situação pior. A saúde é a melhor coisa."