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Litoral

Sol a pino e praia vazia no feriadão

Francisco Moraes emprestou a fantasia de coelho para vender algodão-doce na praia: tentativa de faturar no feriadão | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Francisco Moraes emprestou a fantasia de coelho para vender algodão-doce na praia: tentativa de faturar no feriadão (Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo)

O feriado prolongado da Páscoa co­­meçou tranquilo no litoral paranaense. Ontem, na Sexta-Feira Santa, o movimento foi grande nas igrejas e no mercado de peixes. Nas praias, era fácil encontrar lugar para abrir o guarda-sol e estender a toalha na areia para lagartear. De acordo com a concessionária Eco­via, responsável pelo trecho da BR-277 entre Curitiba e Paranaguá, cerca de 30 mil veículos desceram para as praias até a noite de ontem – 10 mil a menos do volume esperado para o final de semana prolongado.

Pela manhã, o Mercado Muni­cipal de Pescados de Matinhos esteve lotado. "Este é o melhor feriado para o comércio de peixes", avalia a pescadora Divanir Pereira de Souza. Garantindo não ser história de pescador, ela calcula ter vendido cerca de 100 quilos de filé de pescada durante o período – número dez vezes maior que em outros dias. O peixeiro Jorge Carvalho estima ter atendido uns 300 clientes no começo do dia de ontem. "Tinha peixe fresquinho e o preço baixou bastante", afirma.

Os namorados Edineia Sachete e José Paulo Cardoso aproveitaram a manhã para ir às compras. "Hoje é dia de comprar peixe para fazer aquela mariscada", diz Edineia. Entretanto, ela resgata o sentido do feriado cristão. "Vamos ficar mais em casa, com a família, e depois vamos à igreja. É um dia para ficar mais em silêncio e refletir para uma renovação espiritual." Contudo, o dia ensolarado e temperatura em torno de 25 graus foi convidativo para um dia à beira mar. "Hoje (ontem) é dia de peixe, amanhã (hoje) partimos para a costela. Agora é deixar a compra no gelo e aproveitar o sol e a praia", diz o gerente comercial David Pinto.

A demora no mercado de peixes fez com que os amigos e familiares da funcionária pública Taíza Oliveira Lopes chegassem com o sol a pino, ao meio dia, na Praia Mansa. "O sol não é problema. Temos que aproveitar. Foi demorado para comprar o peixe", conta. Ela esperava mais gente na praia. "Não precisava ter muito, mas um pouco mais de movimento seria bom." As amigas Marcela Jung e Sarah Cordeiro também se surpreenderam com a pequena quantidade de pessoas. "Achávamos que estaria como na temporada. Graças a Deus o sol está contribuindo", afirma Sarah.

No meio da maioria formada por curitibanos e moradores dos municípios metropolitanos, estavam Lena e Lorena Maio, mãe e filha, vindas de Campos Novos Paulista (SP), a cerca de 550 quilômetros do litoral paranaense. Elas vieram passar a Páscoa com a família, em São José dos Pinhais, e aproveitaram o sol para passar o dia na praia. "É uma praia limpa e aconchegante. Acho aqui mais sossegado. Gostamos exatamente da tranquilidade", contam, comparando Caiobá a praias paulistas.

E foi justamente a calmaria que incomodou os comerciantes locais. "Está fraco. Estamos aqui para cumprir tabela. A tendência é de o movimento aumentar amanhã (hoje)", afirma o vendedor de milho Almir Ferreira Nico. A comerciante de casquinhas Susana Costa Vieira também se queixou da pequena quantidade de pessoas, mas esperava o aumento da freguesia. "Vai melhorar a partir de amanhã (hoje). Estou confiante que vou vender mais que no ano passado", diz. Para Francisco Moraes, valeu até emprestar a fantasia de coelho do colega para tentar aumentar a venda de algodão-doce. "Chama a atenção das crianças, que veem de longe. Mas, mesmo assim, está fraco", avalia.

Para quem vai à praia hoje, o Simepar prevê tempo parcialmente nublado no litoral do estado, com temperatura entre 19 e 26°C. Para amanhã, a previsão é de pancadas de chuva à tarde, com mínima de 21 e máxima de 27°C.

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