Um soldado da Polícia Militar de 30 anos é o primeiro preso por suspeita de envolvimento na chacina que deixou 18 mortos em Osasco e Barueri, ambas na Grande São Paulo.
A prisão administrativa foi feita com base no depoimento de um sobrevivente da chacina. A vítima, que viu o rosto do seu agressor, reconheceu a foto do PM entre as imagens apresentadas por policiais do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações.
Na noite de quinta (13), 18 pessoas morreram e seis ficaram feridas nas duas cidades, em um intervalo de três horas. Os crimes ocorreram dentro de um raio de 10 km.
O soldado atualmente prestava serviços administrativos na Rota. Ele foi detido no prédio da Corregedoria da PM.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (24) no “SPTV”, da Rede Globo.
Nesta segunda-feira (24), o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, confirmou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra 18 policiais militares investigados pela suposta participação na chacina de Osasco e Barueri ocorridas no dia 13.
Ainda de acordo com Moraes, a ação faz parte das medidas adotadas pelas equipes de investigação tanto da Corregedoria da Polícia Militar quanto da Força Tarefa da Polícia Civil empenhadas em tentar esclarecer os responsáveis pelas 18 mortes.
“Apreendemos diversos documentos, diversos celulares, provas que podem ser utilizadas, ou não, dependendo do cruzamento das investigações.”
Chacina
Na terça-feira (18), a Corregedoria começou a ouvir todos os policiais militares que trabalhavam em Osasco e Barueri, na Grande SP, na noite da chacina mais violenta do ano.
Foram convocados 32 PMs para prestar depoimento. São homens e mulheres do 42º batalhão, de Osasco, e do 20º batalhão, em Barueri, que prestarão depoimentos na condição de testemunhas para, segundo o governo, colaborar nas investigações.
O secretário da Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse na segunda (17) que a polícia já tem nomes de possíveis envolvidos na chacina. Sem dar detalhes se são policiais, Moraes informou que essas pessoas foram “indicadas” por testemunhas e estão sendo investigadas para serem tratadas como suspeitas. “Avançamos muito”, disse o secretário, que também afirmou que os ataques foram praticados por ao menos dez pessoas, divididas em três grupos.
“Nós conseguimos definir a existência de três grupos distintos. Um grupo que atuou em Barueri, porque as armas são as mesmas nos dois eventos de Barueri, não só os estojos encontrados no local do crime, como também os projéteis nas vítimas. E dois grupos diferentes, que atuaram com armas diferentes, com veículos tem diferentes também em Osasco.”
Na sexta-feira (14), horas após a contagem oficial de mortos e feridos dos ataques na noite passada, o secretário informou que a Corregedoria da corporação só entraria na apuração se houvesse fortes indícios da participação de policiais militares no crime.
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