Os cerca de 2,4 mil soldados da Polícia Militar do Paraná (PM) e bombeiros militares que terminaram no último dia 19 de setembro o curso de formação na Academia de Polícia Militar do Guatupê, em São José dos Pinhais, ainda não sentiram o peso da promoção no bolso. Os novos soldados de 1ª classe receberam no último mês os mesmos R$ 1,6 mil (brutos) referentes ao salário de aluno, e não os R$ 3,6 mil ao qual agora têm direito.
Em nota, a secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) garante que a diferença será paga em uma folha suplementar.
Segundo a Associação de Defesa dos Policiais Militares (Amai) chegou a ser ventilada a hipótese de que o aumento poderia entrar em conflito com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O presidente da entidade, Coronel Elizeo Furquim, disse reconhecer que o governo do estado "tem um sério problema de caixa", mas que ainda assim os governantes se comprometeram a fazer o pagamento cinco dias após o pagamento regular de outubro. Furquim acredita que o acordo deve ser cumprido, mas se preocupa: "se eles [os alunos recém-formados] não recebem como soldados, como vão fazer o serviço de um?"
Crise dos cadetes
Os problemas na folha de pagamento de oficiais em início de carreira da PM não são de hoje. Em agosto do ano passado (2013) veio a público que 90 cadetes do Curso de Formação de Oficiais (CFO) da Academia do Guatupê, em São José dos Pinhais, estavam sem receber salários desde que entraram na corporação, em março daquele ano. Além disso, alunos que tinham sido promovidos continuavam a receber o salário do cargo anterior. À época, a secretaria de Administração responsável pela folha de pagamento informou que o grande número de cadetes "e, por consequência, de valores" levou ao atraso.