Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Forças Armadas

Soldados do Exército são pagos para fazer trabalho particular

Caminhão em limpeza de terreno particular: pagamento ao Fundo do Exército. | Priscila Forone/Gazeta do Povo
Caminhão em limpeza de terreno particular: pagamento ao Fundo do Exército. (Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo)

A presença de soldados do Exército causou, na manhã de ontem, estranheza na vizinhança da Rua Adolfo de Oliveira Franco, no bairro do Seminário, em Curitiba. Cerca de 10 homens com uniforme militar e um caminhão do Exército fizeram durante duas horas a limpeza do terreno no número 255. Parte dos moradores ficou indignada com o possível uso indevido de recursos públicos em trabalho particular. O dono do terreno, tenente-coronel Aron José de Souza Scalon, comandante do 27º Batalhão Logístico, porém, afirma que pagou os soldados e que o valor do veículo foi recolhido para o Fundo do Exército na quarta-feira.

"Tenho que dar exemplo", argumenta. "Não posso usar o equipamento e gente em meu benefício, por isso faço questão de recolher o valor do uso da viatura subutilizada e pagar os soldados."

O Comando da 5ª Região Militar e 5ª Divisão de Exército informa em nota que será instaurado processo administrativo para apurar responsabilidade sobre o emprego de veículo e militares na limpeza de um terreno particular.

Segundo a vizinhança, os soldados estiveram na tarde de quarta-feira inspecionando o local e retornaram ontem por volta das 8 horas. "Ficaram tirando galhos, folhas e puxando mato por mais de duas horas. É um absurdo usar a prerrogativa do poder para o uso particular", reclama um morador da rua, que não quis se identificar. Como ele, outros também dizem sentir-se lesados.

O tenente-coronel Scalon admite que os rapazes estiveram no local por duas vezes, mas esclarece que o grupo estava fora do horário de expediente. Segundo ele, o turno só começa no horário da tarde. Quanto ao fato de estarem fardados, ele lembra que os soldados estavam no bairro para efetuar a manutenção da casa funcional em que ele mora – e que deverá ser entregue na passagem do comando – na Rua Jaime Veiga. Por esse motivo, o oficial os contratou para fazer o trabalho de limpeza no terreno recém-comprado há um mês. "A reclamação deve ter partido de uma denúncia por ciúmes", alega. "Havia outro morador interessado no mesmo local."

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.