Solidariedade tenta mudar a vida na região

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Na Vila Torres há muita solidariedade, para além da violência e dos tiroteios. A região se tornou conhecida por seus diversos líderes comunitários que tentam transformar a vila em um lugar melhor. Uma dessas pessoas é a aposentada Arminda de Faria de Oliveira. Ela vive na comunidade há 35 anos e é responsável por grande parte dos serviços de urbanização que ocorreram nas últimas décadas. Quando chegou lá, havia apenas mais cinco casas construídas, de lona e papelão, e nenhuma rua. Ela foi a primeira presidente do conselho de moradores. Eles montavam mutirões para melhorar a estrutura das moradias e abriram boa parte das ruas com enxadas. Hoje, o cotidiano deles é muito diferente dos tempos em que só havia duas torneiras para fornecer água a todas as famílias. Juntos trouxeram água encanada e luz. "Quando a Cohab veio delimitar os lotes, já estava tudo certo", diz a aposentada.

O eletrotécnico Marcos Eriberto dos Santos exibe com orgulho o prêmio recebido na tarde de domingo em um congresso mundial que reuniu especialistas para debater a Agenda 21. O projeto na Vila Torres foi selecionado entre iniciativas de vários países como um exemplo de trabalho com educação ambiental.

É também da Vila Torres um dos recém-eleitos para o Conselho Tutelar. A campeã de votos da regional matriz é a líder comunitária Maurina Carvalho da Silva, 50 anos. Ela conseguiu ir à escola somente aos 35 anos porque na infância não tinha registro. "Nesses anos todos percebi que as crianças não são prioridade e que não temos políticas para atender as famílias", diz.

O Ministério Público Estadual tem um projeto na Vila Torres há dois anos chamado Observatório da Habitação. São realizadas audiências públicas com a comunidade, setores do governo e organização não governamentais. A prefeitura de Curitiba promete construir uma nova creche e ampliar o atendimento no contra-turno e a Secretaria Estadual de Educação (Seed) pretende transformar em escola integral o Colégio Manoel Ribas.