A prefeitura de Curitiba admite que a situação das vias de antipó é precária, mas argumenta que é impossível resolver o problema em curto prazo. O custo de uma operação tapa-buracos é de R$ 4,5 mil por quilômetro. O quilômetro de asfalto definitivo não sai por menos de R$ 1 milhão. Pavimentar definitivamente os cerca de 2 mil quilômetros de antipó consumiria mais da metade do orçamento do município, e não há equipes suficientes para executar o trabalho.

CARREGANDO :)

A prioridade para receber pavimento definitivo é das ruas ensaibradas, que somam aproximadamente 400 quilômetros. Enquanto isso, a produção das usinas de asfalto próprias do município, mais as terceirizadas, garantem mais de 45 quilômetros de reparos por mês. Mesmo sabendo da breve durabilidade dos remendos, a prefeitura alega que é melhor fazer a operação tapa-buracos do que deixar a chuva levar o que resta de antipó e deixar somente o saibro.

"Há 40 anos, o antipó era uma coqueluche", lembra o secretário municipal de Obras Públicas, Mário Tokuni. "Numa época em que as pessoas queriam asfalto na frente de casa, era uma solução simples e barata. Ele serve para superfícies em áreas residenciais, mas a cidade cresceu, começaram a aparecer linhas e mais linhas de transporte coletivo, e um número maior de veículos."

Publicidade

Desde 2005, deixaram de ser feitas novas pavimentações em antipó. Para este ano, a meta do secretário é levar o asfalto definitivo a pelo menos 180 km, ou até 200, se as condições meteorológicas permitirem.

Para substituir o antipó por pavimento definitivo, a prefeitura está usando uma máquina recicladora. Ela escava o chão a uma profundidade de 20 a 25 cm (o suficiente para remover o antipó, o saibro e parte do solo local), tritura o material recolhido e mistura com cimento. A mistura é compactada, formando uma base, sobre a qual é aplicado o asfalto definitivo.

Na Alcino Guanabara, a prefeitura alega que fez um reforço de base nas áreas danificadas e que o trabalho com a máquina recicladora está em estudos para o ano que vem.

Em vias que têm pavimento definitivo, a prefeitura vem usando duas técnicas para prolongar a durabilidade do asfalto. Uma delas é a aplicação de uma fina camada de lama asfáltica (emulsão asfáltica modificada com polímero), para retardar a deterioração da pista por infiltrações. A outra consiste na fresagem e recape do pavimento antigo. (AS)

Publicidade