Gabriela Guerra Martins (ela faz questão de responder os dois sobrenomes) já sabe o que quer ser quando crescer: bailarina. Aos cinco anos, enfrentou dois de tratamento contra a leucemia, e agora se prepara para mais uma etapa de perda do cabelo cheio de cachos. Também já sabe ficar na ponta do pé.
João Vitor, 4, prefere pedalar seu tico-tico a conversar. Felipe, 11, é falante, mas fica tímido diante de uma câmera. Já Eduardo não gosta da câmera, mas conta com desenvoltura o medo de perder o olho após um diagnóstico errôneo, que não apontou seu câncer. Aos 16 anos, ele se prepara para mais dois anos no curso técnico.
Fã do ator Eriberto Leão, Luis Paulo, 12, tem o sonho de conhecer o ídolo. Já Bruno é “homem feito”, aos 20 anos e na casa dos 1,90m de altura. Ainda assim, é tratado como “eterno bebê” pelas funcionárias do Erasto, que conheceram o rapaz aos 18 meses de vida, em sua primeira internação. Das vezes em que visitou a instituição para acompanhamento, só lembra de brincar e dos campeonatos de futebol, no videogame.
Quando está por perto, Isabela Melo, 14, comanda a festa. Seu bom humor é como um estilo de vida. Quando perdeu o cabelo, na quimioterapia, achava graça nas pessoas que via no ponto de ônibus. “Elas não me olhavam porque eu estava careca, mas por estar careca e de tiara”.