Pedro Prado, voluntário do grupo Sopa Solidária, que distribui refeições à população em situação de rua de Curitiba| Foto: Andre Rodrigues/ Gazeta do Povo

Parceria

Ação conjunta com o poder público amplia resultados

Outros grupos que distribuem sopa há pelo menos dez anos em Curitiba se uniram à Fundação de Ação Social (FAS) para desenvolver um trabalho integrado. A iniciativa vem rendendo alimentação e cursos para os assistidos pelos programas.

Os voluntários do "Mãos que Apoiam" desenvolvem esse trabalho na estrutura do Centro Pop João Dorvalino Borba. A sopa é entregue todos os dias, a partir das 18 horas em conjunto com oficinas oferecidas por voluntários.

A radialista Clarice Fogaça, à frente do "Sopa Solidária", da Associação Batista de Ação Social de Curitiba (Abasc), assinala que apesar de serem distribuídos 240 litros de sopa a cada terça-feira, o alimento não é o objetivo final da ação. "Temos um grupo de apoio para motivá-los a deixar a rua. É então que oportunizamos tratamento em clínicas ou encontro com a família", pontua a voluntária, ao considerar que, sem o apoio da FAS, este acompanhamento seria mais difícil.

Integração

O diretor de Proteção Social Especial da FAS, Antônio Carlos Rocha, diz que a coordenação de ações neste contexto é fundamental para garantir resultados. Ele estima que existam cerca de 3,5 mil pessoas vivendo em situação de rua em Curitiba. "O poder público tem a obrigação de elaborar políticas e executá-las, mas não temos dúvidas de que, diante de um problema como esse, a participação da sociedade civil seja indispensável", defende. Os interessados podem contatar a FAS pelo telefone 156 ou procurar um dos 45 Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Curitiba.

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Iniciativa

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"Em geral, é sempre o mesmo pessoal que atendemos, eles já sabem o horário, então não tem tumulto algum. É um trabalho muito importante para a nossa caminhada, fazemos por amor."

Manuel Oms Júnior, presidente da Associação Turma da Sopa.

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O frio ajuda, mas não é o único fator que estimula voluntários a se envolverem em ações de distribuição de sopa para pessoas carentes em Curitiba. É, sobretudo, a vontade de ajudar o próximo que tem feito com que grupos, alguns formados apenas por amigos e outros incentivados por instituições religiosas, continuem exercendo a atividade durante o ano todo.

O trabalho, em determinados casos, envolve ainda a arrecadação de roupas e o encaminhamento dos assistidos para recuperação e cursos de capacitação.

Somente o projeto da Associação Turma da Sopa, em atividade na cidade há mais de 20 anos, distribui 400 litros de sopa aos sábados, na região do Uberaba. O empresário Manuel Oms Júnior, que preside a entidade, relata que 25 pessoas se revezam entre a produção e a distribuição do alimento a cada fim de semana. Além da sopa, a equipe entrega pães, salgadinhos e arrecada roupas, cobertores e cestas básicas para as 90 famílias cadastradas.

Aprendizado

O administrador Ricardo de Rocco Czap sustenta que sua visão sobre o próprio voluntariado mudou desde que aderiu ao projeto "Sopão", em Curitiba. Há cinco anos, ele coordena um grupo de 15 pessoas, entre cozinheiras e outros voluntários, que distribui sopa para a população carente.

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A entrega ocorre às sextas-feiras, a partir das 20 horas, na esquina da Rua Conselheiro Laurindo com a Engenheiros Rebouças. Cerca de 200 pessoas são atendidas, a maioria delas moradora das vilas Capanema e Torres. "Quando começamos o trabalho, havia uma mentalidade de ensinar algo a elas e vimos que aprendemos muito mais com essas pessoas do que elas com a gente", relata Czap.

O casal de advogados Tatiana Mattos Leão Sória e Luiz Gustavo Sória desenvolvem uma iniciativa semelhante com amigos da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Uma equipe de até 90 pessoas se divide e percorre duas vezes por mês cinco roteiros pré-definidos pela cidade a fim de levar 200 lanches para quem mora nas ruas. O kit é composto por sanduíche, suco, doce e um panfleto sobre o Evangelho. "Nossa ideia não é entregar o lanche e ir embora, mas criar um vínculo, mostrar que eles têm valor e que podem voltar a ter uma vida decente", observa Tatiana.

Ela relata que o trabalho de um ano e meio já vem dando resultados positivos, como o encaminhamento pontual de dependentes químicos para clínicas de tratamento.

Em algumas das visitas, Tatiana e marido também levam os filhos para acompanhar as ações. "Crianças com uma vida confortável precisam entender que algumas pessoas não têm nada. É um trabalho recompensador", diz.

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