Celebrado por muitos, imitado por outros e motivo de chacota para tantos, o sotaque carioca está prestes a se tornar patrimônio imaterial da cidade do Rio de Janeiro. Projeto apresentado em 2013 pelo ex-prefeito e atual vereador Cesar Maia (DEM) foi aprovado pela Câmara Municipal na última quinta-feira (25) e agora está com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), para sanção ou veto.
A lei declara “a pronúncia da língua portuguesa que é característica do Rio de Janeiro” como patrimônio imaterial da cidade. Se sancionada, a Prefeitura do Rio fará os “registros necessários nos livros próprios do órgão competente”.
A ideia do projeto foi do próprio Maia. “O sotaque carioca é quase um dialeto”, afirma. Na justificativa ao projeto, o vereador afirma que “segundo o historiador Alencastro, bem antes do advento do rádio e (...) da televisão, os habitantes do Rio já influenciavam a forma de falar dos moradores de outras províncias (...). Dois congressos nacionais, um de Língua Cantada organizado em 1937 e outro de Língua Falada no Teatro realizado em 1956, apontam a pronúncia do Rio de Janeiro como o padrão no que diz respeito ao português brasileiro”.
“Com o passar dos anos, com o desenvolvimento do turismo e com as constantes transmissões televisivas dos programas realizados pelos canais de televisão sediados no Rio, a pronúncia (...) do Rio de Janeiro se tornou conhecida em todo o país e em todo o mundo. Essas constatações confirmam a relevância ímpar do sotaque carioca para todo o Brasil”, continua o vereador na justificativa.
Cesar Maia admite que o chiado característico do sotaque carioca dificulta sua compreensão. “A dificuldade que os hispânicos têm de conversar é apenas com os cariocas. Reclamam que chiam como se quase todas as palavras tivessem shhhhhhhhh”, disse o vereador em entrevista por e-mail.
Segundo estudiosos, o sotaque carioca, que não é seguido por moradores do interior (do Estado) sofreu forte influência do sotaque lusitano (o s chiado e as vogais abertas em palavras como “também” são características comuns a ambos) e dos dialetos africanos. Essa influência é natural: quando veio de Portugal, em 1808, a família real trouxe ao Rio 15 mil portugueses. À época, a cidade tinha 23 mil habitantes, parte deles escravos africanos.
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