Dois dias antes de desembarcar no Paraná para vistoriar as obras da Operação Tapa-Buracos, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, concedeu uma entrevista por telefone do seu gabinete, em Brasília. Ele falou sobre o que espera encontrar no estado na visita de dois dias que fará a partir de amanhã.
Como está investigação no TCU?
Já recebi 104 relatórios de todos os estados. Notifiquei o Dnit onde houve indícios de irregularidades e concedi prazo de cinco dias para eles se defenderem. A partir daí vou tomar as decisões baseadas nas auditorias que os técnicos fizeram em todo o Brasil. Faço o relatório e levo para o plenário do tribunal. Aí vamos tomar as medidas cabíveis.
As obras podem ser suspensas?
A suspensão de contratos poderá acontecer, embora eu particularmente seja contrário à tese da suspensão. Acho que tem de ter muitas provas (das irregularidades) para paralisar uma obra. Já presidi uma CPI quando fui deputado no Rio Grande do Sul e descobri que obra parada dá mais prejuízo. Claro que em alguns casos cabe a paralisação porque a corrupção é muito grande.
O TCU mudou a forma de fiscalizar as contas do governo?
A idéia é fazer uma fiscalização permanente para evitar o desperdício de dinheiro público. A obra tem de ser avaliada durante a execução para evitar a corrupção antes que ela aconteça ou, quando já estiver ocorrendo, fazer a denúncia e tomar as providências necessárias para que ela não continue. Nesse tapa-buraco, com certeza, as irregularidades seriam muito maiores se não tivéssemos feito esse trabalho preventivo.
O que o senhor espera encontrar no Paraná?
Está claro e evidente que o Dnit não tem estrutura para fiscalizar as obras. Pelo menos foi o que constatei em vários pontos do Brasil por onde andei. Acho que a regra não é diferente no Paraná, pelo fato de que o órgão está sucateado.
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