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Embora vivam às turras com seus colegas do Senado, os peemedebistas da Câmara correram a defender que a dupla Sarney–Renan indique o substituto de Silas Rondeau devido a uma combinação de dois motivos. O primeiro, imediato, é repelir a ameaça externa representada pelo PT, que poderia reivindicar a vaga outrora ocupada por Dilma Rousseff. O segundo não será dito em público, mas Michel Temer e companheiros acham que os senadores têm alguma razão de acreditar que a Operação Navalha foi deflagrada no momento adequado para desvalorizá-los na negociação com o Planalto. E, se agora foram eles, por que não os deputados mais adiante?

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Amigo, amigo – Lula, que de início pensou em postergar até quando lhe desse na telha a nomeação do novo ministro das Minas e Energia, sentiu o estado de espírito dos senadores do PMDB, notadamente o de Renan Calheiros, e concluiu que talvez seja melhor liquidar logo o assunto. Eu prometo – "Se houver qualquer desvio de conduta de indicados do PMDB, serei o primeiro a sugerir o afastamento", diz o presidente da sigla, Michel Temer, escaldado pela Operação Navalha. Grampofobia – Brasília está tomada pelo pânico de falar ao telefone. "Se um prefeito me liga para discutir uma emenda, posso acabar preso!", queixava-se um deputado do PMDB em jantar de confraternização da sigla, na terça. Expertise – Pivô da Operação Navalha, a Gautama não se desentendeu com empreiteiras concorrentes apenas pelas obras que ganhou. O modus operandi de Zuleido Veras incluía entrar em licitações com o objetivo de cobrar dos demais concorrentes um "pedágio" para abandoná-las.

É guerra – Além de desagravos na chegada de Jackson Lago hoje a São Luís, aliados encheram a cidade de panfletos, pichações e adesivos de carros em que acusam os Sarney de complô contra o governador do Maranhão, acusado pela PF de receber propina da Gautama. As peças contêm inscrições como "golpe" e "Sarney nunca mais".

Sinal verde – Foi enfim oficializada a ida do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT-AL) para a Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho. Avestruz 1 – No PSDB, nem se cogita incomodar Teo Vilela, que teve um punhado de auxiliares recolhidos à sede da Polícia Federal. No plenário do Senado, ontem, o clima era de tapinhas nas costas do governador de Alagoas. Avestruz 2 – A Executiva do DEM, hoje, deve ignorar a denúncia contra o deputado Paulo Magalhães (BA), acusado de receber R$ 20 mil do dono da Gautama. O presidente do partido e pelo menos mais dois membros do colegiado estão em Nova Iorque. De lá, Rodrigo Maia diz que só vai se manifestar quando receber os documentos sobre o baiano. Exótico – Integrantes da CPI do Apagão Aéreo decidiram promover visita ao setor de manutenção da Gol. Pelo inusitado, a iniciativa fez lembrar a alguns deputados antigas práticas da Comissão de Defesa do Consumidor, que em determinada época ganhou fama por criar dificuldades para depois vender facilidades. Promoter – Até Joaquim Levy, secretário da Fazenda do Rio, entrou na campanha para fazer do Cristo Redentor uma das novas sete maravilhas do mundo. O ex-secretário do Tesouro enviou e-mail repleto de elogios ao monumento e à cidade, em inglês, para todos os seus contatos em órgãos internacionais. Tricô – Marta Suplicy e Fernando Haddad (Educação) fecharam acordo para criar cursos técnicos em turismo para 23 destinos definidos como estratégicos pela ministra.

TIROTEIO

* Do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), diante de tantas fotos de obras inacabadas da construtora Gautama.

– Esse Zuleido subverteu a antiga máxima, já lamentável, do "rouba, mas faz". Ele rouba e não faz.

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