A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo confirmou nesta sexta-feira (1) a morte do médico Paulo Monteiro de Barros Carvalho Homem, de 81 anos, ocorrida na madrugada de 14 de julho, em Araraquara, interior do Estado, por doença viscerotrópica aguda, após sofrer reação à vacina da febre amarela (o vírus vacinal atingiu seu fígado). O caso é considerado raro, mas o óbito de Homem é o segundo deste ano no Estado de São Paulo. A primeira morte ocorreu em São Paulo, em janeiro, e outro caso de óbito na Capital está sob investigação.

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A coordenadora de imunização da Secretaria Estadual da Saúde, Helena Sato, destaca que essa doença não pode ser computada na estatística de morte por febre amarela (contaminada por vírus silvestre), que já provocou duas mortes neste ano no Estado (em Cravinhos e em São Carlos).

"A doença viscerotrópica aguda não é desconhecida da literatura médica, é um caso extremamente raro e os estudos realizados até agora apontam que a causa da morte não é a vacina, que é o instrumento mais seguro de combater a febre amarela e deve continuar sendo aplicada no Brasil e no mundo", enfatizou Helena.

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Ela informou que o risco de ocorrer morte por reação à vacina da febre amarela é de um caso a cada 1 milhão a 2 milhões de doses aplicadas. Em 2008, foram aplicadas 17 milhões de doses da vacina no Brasil, sendo 2 milhões em São Paulo, onde justamente foram confirmadas as duas mortes até agora.

Helena informou ainda que Homem não apresentava quadro de deficiência imunológica (debilitação). O médico sofreu a reação após tomar a vacina, em 5 de julho, num posto de saúde do centro da cidade. O resultado foi investigado e confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. Homem era clínico geral aposentado e foi vereador de Araraquara em três gestões, entre 1983 e 1996. O que se investiga como possível causa da morte, inclusive por uma equipe de peritos da Organização Pan-americana de Saúde, é se existe a suscetibilidade individual nesse caso.

Helena lembra que mortes por doença viscerotrópica aguda ocorreram nos últimos anos no Brasil, nos Estados Unidos, na Espanha e na Austrália, pelo menos. Ela afirma ainda que a vacina contra a febre amarela não é o problema, nem os lotes, pois passaram por testes de controle de qualidade, que não verificaram mutação do vírus. Segundo Helena, já foi feito um teste, no Rio de Janeiro, com o vírus de outro caso de morte, inoculado em macacos, comprovando que não houve a mutação do vírus.

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