A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) identificou 11 áreas no Paraná e no Noroeste de Santa Catarina com remanescentes significativos de floresta com araucária. O biólogo Guilherme Karam, coordenador de projetos, explicou que a identificação foi feita a partir do uso de imagens fornecidas pelo Sistema de Informação Geográfica, captadas este ano, e de um atlas lançado em 2004. Depois disso, os técnicos passaram um mês em campo para verificar a situação das florestas.
Segundo Karam, a estimativa é de que nessas 11 áreas existam 250 mil hectares de floresta, mas ainda não é possível afirmar se o estado de conservação é bom. É muito provável que boa parte não possa ser considerada "remanescente significativo", já que o atlas de 2004, com imagens feitas em 1998 e 1999, apontava que em todo o Paraná existiam 60 mil hectares de florestas em bom estado de conservação.
Para descobrir isso, os técnicos da SPVS querem agora identificar os donos das 11 áreas e visitar as propriedades. Elas estão em regiões que englobam os seguintes municípios: Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Turvo, Inácio Martins, Pinhão, Reserva do Iguaçu, Coronel Domingues Soares e General Carneiro, no Paraná; e Ponte Serrada, Passos Maia, Vargem Bonita, Irani, Água Doce e Abelardo Luz, em Santa Catarina. O início do trabalho, contou Karam, depende da liberação do financiamento do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, que já apoiou a primeira fase da pesquisa.
Mas o primeiro mês de circulação pelas áreas já permitiu verificar que elas sofrem pressão, explicou Karam. De acordo com ele, foram observados fornos de carvão, assentamentos que podem ser ilegais, próximos a áreas em processo de desmatamento, e caminhões circulando em áreas remotas com toras de madeira nativa, que abastecem o mercado informal. Outro fator que contribuiu para o quase total desaparecimento da floresta, completou o biólogo, são os plantios comerciais de pínus que, sem o devido controle, invadem ambientes naturais, além de áreas de plantio de monoculturas, como soja, fumo e erva-mate.
Conservação
Na segunda etapa do trabalho, que é a visita aos proprietários, os técnicos da SPVS vão apresentar o Programa Desmatamento Evitado, para promover o incentivo e apoio à conservação da área por meio da adoção por empresas interessadas em compensar suas emissões de gases de efeito estufa pela manutenção do estoque de carbono existente nas áreas de floresta. Isso acontece porque áreas de floresta em pé armazenam carbono em sua biomassa e, ao protegê-las, evita-se que o carbono seja liberado para a atmosfera.
Até agora, 17 propriedades no Paraná e em Santa Catarina foram adotadas dentro do Programa Desmatamento Evitado. As áreas foram adotados pelo HSBC, Grupo Positivo, Souza Cruz, Rigesa, Sun Chemical, Boeing e Fundação O Boticário. Elas somam pouco mais de 2 mil hectares de florestas nativas.
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