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Ministro Cristiano Zanin foi relator do mandado de segurança apresentado pelo desembargador contra decisão do CNJ.
Ministro Cristiano Zanin foi relator do mandado de segurança apresentado pelo desembargador contra decisão do CNJ.| Foto: Gustavo Moreno/ STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que abriu uma reclamação disciplinar contra o desembargador Evandro Reimão dos Reis, do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), localizado em Belo Horizonte (MG). Reimão foi afastado do cargo após a instauração de um processo disciplinar que apura “morosidade excessiva” na análise de processos direcionados ao juiz.

Na sessão virtual, encerrada na última sexta-feira (24), os ministros decidiram acompanhar o voto do ministro Cristiano Zanin, relator da ação. Zanin negou o Mandado de Segurança apresentado pelo desembargador que pedia anulação do ato do CNJ.

Ao analisar o recurso contra sua decisão individual, o ministro apontou que os argumentos trazidos pela defesa do magistrado eram os mesmos já rejeitados anteriormente, sem nenhum elemento novo capaz de modificá-la. Entre as alegações estão a suposta inconsistência nas provas e nos fatos que levaram à instauração do procedimento e cerceamento de defesa. De acordo com Zanin, não houve ilegalidade ou abuso no procedimento.

Ao STF, o CNJ afirmou que recebeu queixas de má conduta atribuídas ao desembargador, como má gestão e morosidade em processos, relacionamento inadequado com servidores e imprecisões sobre o endereço de residência do magistrado, que não moraria em Minas Gerais.

O colegiado do CNJ aprovou, em fevereiro deste ano, a instauração do processo contra o desembargador, com voto favorável do presidente do STF, Luiz Roberto Barroso.

A morosidade de Reimão na análise dos processos foi divulgada pela Folha de São Paulo. Segundo o jornal, tempo médio entre o início do processo e o primeiro julgamento é de 598 dias no gabinete de Reimão. E com base na coirreção extraordinária, realizada em agosto passado, foram identificados mais de 663 acórdãos aguardando assinatura de Reimão, referentes a julgamentos ocorridos nos sete meses anteriores.

O juiz negou à Folha que tenha agido de modo irregular e se diz vítima de perseguição no tribunal, que foi instalado em 2022. Também diz que não foi observado o sigilo da correição e que o destaque na imprensa causou-lhe severo constrangimento. Ele é alvo de 29 procedimentos no CNJ, sendo que 20 já foram arquivados.

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