Brasília O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou ontem a quebra dos sigilos fiscal e bancário do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele é acusado de ter utilizado dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso com quem tem uma filha fora do casamento.
Lewandowski sinalizou que as investigações das denúncias contra Renan podem ser ampliadas. O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. "A qualquer momento o procurador pode pedir a investigação de novos fatos", afirmou.
As informações obtidas com a quebra dos sigilos serão mantidas em segredo de Justiça. O Supremo aguarda ainda que o Senado envie todos os documentos referentes às denúncias contra Renan, que dizem respeito à Mendes Júnior, para a Procuradoria.
Sobre uma possível obstrução dos trabalhos do plenário do Senado enquanto Renan estiver na presidência da Casa, o ministro disse acreditar que isso não irá ocorrer. "Não creio (em uma eventual obstrução). As instituições estão funcionando plenamente e o próprio Renan está colaborando nas investigações."
Representação
Por cinco votos a dois, a Mesa Diretora do Senado decidiu ontem encaminhar ao Conselho de Ética da Casa a nova representação do PSol contra Renan Calheiros. O PSol quer que o Conselho de Ética investigue a denúncia de que Renan teria atuado para beneficiar a Schincariol junto ao INSS depois que a empresa comprou uma fábrica do irmão do senador, Olavo Calheiros (PMDB-AL), por preço acima da média do mercado.
O DEM também decidiu ontem ingressar com representação, com o apoio do PSDB. Eles pedem que o Conselho de Ética do Senado investigue a denúncia de que Renan teria utilizado "laranjas" para comprar empresas de comunicação em Alagoas.