A 11ª Circunscrição Judiciária Militar julga na tarde desta terça-feira (26), em Brasília, os controladores de vôo que trabalhavam no controle de tráfego aéreo no dia do acidente no voo 1907 da Gol, que deixou 154 mortos no dia 29 de setembro de 2006, depois de se chocar no ar com um jato Legacy. João Batista da Silva, Felipe Santos Reis, Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar e Leandro José Santos de Barros foram denunciados pelo Ministério Público Militar (MPM) por negligência, e por deixar de observar as normas de segurança.
De acordo com os autos, todos os cinco acusados usaram o direito constitucional de não responder perguntas durantes os depoimentos. Após a leitura da denúncia, a promotora responsável pelo caso, Ione de Souza Cruz, pediu a absolvição dos acusados.saiba mais
"Havendo prova material de um fato, em tese criminoso, e havendo pessoas envolvidas somos obrigados a oferecer denúncia. Havia ali a materialidade, havia indícios de que falhas teriam acontecido. A denúncia era obrigação do MP, mas fui percebendo que não havia crime na conduta desses acusados", afirmou a promotora.
Acidente
No dia 29 de setembro de 2006, um Boeing da Gol, que fazia o voo 1907, de Manaus para Brasília, chocou-se com um jato Legacy que seguia de São José dos Campos (SP) rumo aos Estados Unidos. A denúncia do MPM afirma que teria havido negligência dos controladores de tráfego aéreo a respeito do plano de voo traçado para o Legacy, principalmente no que se refere à faixa de altitude em que ele deveria permanecer.
O Boeing caiu em uma região de floresta no norte de Mato Grosso. O acidente deixou 154 mortos todos passageiros e tripulantes da aeronave. O Legacy conseguiu pousar em uma base aérea no sul do Pará. Os sete ocupantes do jato sobreviveram. O acidente, que completou 4 anos em setembro, foi o segundo desastre aéreo com mais vítimas ocorrido em solo brasileiro.