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Desenvolvimento

Subsea 7 pode mudar perfil de Pontal do Paraná

Annelissa na área do empreendimento em Pontal do Paraná: vocação industrial em questão | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Annelissa na área do empreendimento em Pontal do Paraná: vocação industrial em questão (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)
Entenda como vai funcionar o parque de Construção Submarina do Paraná |

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Entenda como vai funcionar o parque de Construção Submarina do Paraná

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A instalação da empresa de engenharia submarina norueguesa Subsea 7 em Pontal do Paraná pode ser apenas o primeiro passo para uma mudança de perfil do município, com um futuro mais industrial. No fim de 2007, a empresa comprou uma área de 2,6 mil hectares, pertencente a uma antiga fazenda, com uma localização estratégica para as atividades petrolíferas da Costa Bra­­sileira – e agora para o pré-sal.

Em agosto do mesmo ano, a aquisição foi beneficiada com a aprovação das leis do plano diretor e do zoneamento do município, permitindo que algumas áreas tivessem as atividades autorizadas posteriormente, por de­­creto. Dois anos depois, o decreto municipal 3.319 definiu a área entre os rios Maciel e Gua­­raguaçu, até a costa, – onde fica o terreno da Subsea 7 – como zona especial de desenvolvimento sustentável de atividades industriais não-poluentes.

A aprovação do plano diretor em 2007, sem a apreciação do Con­­selho de Desenvolvimento Territorial do Litoral Paranaense (Colit) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (Sedu), foi uma tentativa de pressionar a análise do projeto que vinha se arrastando desde 2004 nos dois órgãos. Agora, o diálogo foi reto­­ma­­do e, segundo o presidente do Colit, o secretário estadual de Meio Ambiente e Recur­­sos Hídricos, Jorge Augusto Cal­­la­­do, o plano di­­retor do município será aprecidado na reunião do próximo dia 4.

Futuro

O prefeito de Pontal, Rudisney Gi­­menes, diz que a intenção é aproveitar a reabertura da discussão para definir melhor as potencialidades e restrições da Ponta do Po­­ço e região em um novo plano di­­retor do município, abrindo a possibilidade para mais negócios dos ramos marítimo e portuário. Ali, há a previsão para a instalação de um novo terminal portuário e a reativação do estaleiro da italiana Techint. Para Gimenes, a vinda da Subsea 7 e outras empresas fu­­turas é positiva. "Quase R$ 4 mi­­lhões em ISS (Imposto sobre Ser­­viços) é muita coisa para uma ci­­dade com 20 mil habitantes". O va­­lor se refere à expectativa de recolhimento anual da Subsea 7, além de mais 25% de R$ 10,8 milhões/ano em Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) – é um aumento médio de quase 20% na arrecadação do município.

Parte dos 600 empregos diretos gerados pela Subsea 7 serão preenchidos por pessoas de fora e vai intensificar a posição de Pontal co­­mo segundo município com maior crescimento demográfico do estado. Dados do Censo 2010 divulgados no início deste mês pelo Instituto Brasi­­leiro de Geo­­grafia e Estatística (IBGE) mostram que de 2000 para cá a cidade passou de 14.323 para 20.839 habitantes, uma va­­riação de 45,5%. Gimenes acredita que o dinheiro será suficiente para preparar Pontal para a chegada de mais moradores, sem sobrecarga aos serviços de educação, saúde e transporte.

Paradigma

O diretor-presidente da Subsea 7 no Brasil, Victor Bomfim, não acredita que a instalação da em­­presa em Pontal do Paraná atrairá necessariamente outras. "Mas espero que sejamos um paradigma de equilíbrio entre negócios e preservação ambiental". A em­­presa opera, há mais de um ano, uma unidade semelhante em Ubu, no município de An­­chieta, litoral do Espírito Santo, sem acidentes reportados.

O oceanógrafo-biólogo do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paulo da Cunha Lana, que participou do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental da Subsea 7, também acredita que a empresa 7 pode ser um modelo de progresso sustentável na região e espera, firmemente, que a expansão da atividade portuária em si, bastante danosa, não acon­­teça.

"Toda a baía, de Para­­na­­guá à Ponta do Poço, é considerada por decreto federal uma área de ex­­pansão. A matriz de impacto am­­biental da atividade portuária, porém, é muito grande. Por outro lado, se outras em­­presas com matriz de menor impacto vie­­rem pode ser positivo". Ele explica que a região tem duas vocações históricas: a turística e de preservação e a portuária, esta desde os tempos do Im­­pério e intensificada com o Porto de Paranaguá a partir da década de 1960. Para ele, "no me­­lhor dos mundos" o ideal seria manter o patrimônio natural da região intacto, mas não há como frear o desenvolvimento e o turismo não sustenta a população por si só. "O imperativo econômico precisa, entretanto, ser equilibrado com o ambiental."

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