Um ano e dez meses após sustentar que a redução do subsídio para o transporte coletivo de Curitiba a 30% do que era pago na época foi uma decisão “técnica”, o governador Beto Richa (PSDB) anunciou que a reintegração das gestões da RIT poderá ocorrer “rapidamente”. E isso graças a um subsídio que hoje é mais do que o dobro daquele que ele próprio havia garantido como suficiente para manutenção do sistema integrado.
Atualmente, a gestão Beto Richa subsidia o sistema metropolitano de ônibus de Curitiba com R$ 5 milhões mensais. A prefeitura de Araucária desembolsa mais R$ 400 mil, algo que não ocorria quando a gestão era exclusiva da Urbs. Os dois valores somados representam 134% a mais do que aquele subsídio apontando como suficiente pelo governo à época do rompimento com Curitiba.
Quando o estado e a prefeitura de Curitiba romperam o acordo, o valor o subsídio era de R$ 7,5 milhões mensais. O desarranjo ocorreu porque o governo do Paraná queria reduzir esse valor para R$ 2,3 milhões. A economia da administração estadual, portanto, foi menor do que a projetada naquela época e somente foi possível por que a Comec promoveu a chamada de “otimização do sistema” – que na prática é a extinção e o encurtamento de linhas deficitárias ou sobrepostas. E a tarifa deixou de ser única na RIT. Agora há quatro degraus tarifários de acordo com a distância percorrida entre o município da RMC e a capital.
Com a ideia de reintegração será necessário saber em que padrão o sistema irá operar. Os cálculos da época da Urbs eram para uma oferta na Região Metropolitana que hoje não existe mais. O enxugamento do sistema foi mostrado em reportagem recente da Gazeta do Povo.
O governador e o futuro prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), ainda não responderam quem fará a gestão dos recursos. Atualmente, cerca de R$ 20 milhões por mês – o equivalente a 28% dos recursos da RITs – são geridos diretamente pelas empresa. O restante, que corresponde às linhas urbanas de Curitiba – que entra antes em fundo público administrado pela Urbs. O Ministério Público tem um procedimento aberto para apurar uma denúncia anônima que apontava para o risco de fraude com essa mudança nas linhas metropolitanas.
Bilhetagem
Outro custo que deverá ser discutido é o da bilhetagem eletrônica. Por decisão do governo Beto Richa, a gestão da bilhetagem eletrônica das linhas metropolitanas é feita pelas próprias empresas. Ao assumir essa tarefa, as empresas assumiram um investimento na ordem de R$ 9 milhões para substituir todo o sistema. Esse custo é estimado ao longo do contrato de locação e manutenção dos validadores eletrônicos instalados junto às catracas. A Metrocard afirma que o custo será arcado exclusivamente por ela.
A Comec e a Metrocard sustentam que a mudança no sistema de bilhetagem foi feito dentro de todos os parâmetros legais e que, por um custo menor, o usuário está recebendo um sistema mais moderno e eficiente.
Em Curitiba, a gestão da bilhetagem é feita pela Urbs. Mas há um contrato de manutenção em vigor que a gestão Gustavo Fruet havia prometido licitar. Tanto a empresa que fornece os equipamentos para a Região Metropolitana quanto a que já fornece para a capital poderão se habilitar nessa concorrência.
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