A quase pacata Zona Norte também tem ocupações irregulares apenas na Regional da Boa Vista são 58 áreas, somando cerca de 20 mil pessoas à espera moradia. A região de maior incidência é a chamada "ferradura" nas divisas com os Almirante Tamandaré e Colombo onde há loteamentos miseráveis, como o Campo Alto e o Asa Branca, nas bandas do Atuba.
Há fogo sobre terra a cada vez que alguma relocação ou despejo acontece em áreas invadidas. Não por menos, pipocam associações de bairro nas zonas de risco. Só na Regional do Pinheirinho são 103 grupos ativos. "A ocupação irregular faz com que a demanda por equipamentos seja enorme", diz administrador da Regional Pinheirinho, o advogado e ex-secretário municipal de Esportes, Juliano Borghetti, 35 anos. Os números não mentem. São 75 unidades de saúde na Zona Sul contra 41 na Zona Norte; e 384 equipamentos educacionais contra 152 na ala nobre. E sempre é pouco para a "cidade" dos 343 mil domicílios uma média de cinco pessoas por casa.
"Vai tudo para o Sul", reclamou, dia desses um morador da Zona Norte para a administradora da Regional Boa Vista, Janaína Lopes Gehr, ao pensar na divisão do bolo entre as duas Curitibas. Foi uma longa conversa. "A população aqui é mais velha e lembra o quanto investiu na casa. São descendentes de colonos poloneses e alemães e de famílias européias. Muita gente não sabe das necessidades do lado de lá", diz Janaína.
O cientista social Nelson Rosário Souza, da UFPR, estudou o planejamento urbano de Curitiba em sua tese de doutorado, com acento na distribuição de recursos e espaços da cidade. A conclusão é de que historicamente a divisão dos bens não foi proporcional. A população mais pobre, empurrada para as áreas insalubres da Zona Sul, era praticamente invisível para os planejadores. "Os técnicos colocaram a população de origem européia em primeiro plano. Os imigrantes pobres e recém-chegados surgem como minoria que precisa adaptar-se ao meio urbano", explica Souza sobre uma mentalidade que vingou na década de 60. (JCF e LC)
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